Agricultura tem 2017 de aumento na produção, mas pouco dinheiro no bolso

Soja e milho registraram queda nos preços

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Soja e milho registraram queda nos preços

O ano de 2017 foi de crescimento na produção para as principais culturas de Mato Grosso do Sul. As safras 2016/2017 da soja, do minho e da cana de açúcar registraram desempenhos diferenciados. No setor de florestas plantadas também há motivos para comemoração, com a plantação de eucalipto. Entretanto, soja e milho registraram perda nos ganhos devido a altos custos de produção ou baixa no preço.

Soja

O grão registrou desempenho histórico com a safra 2016/2017, o que já era previsto pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) desde o ano passado.

​Levantamento realizado pela entidade apontou volume total produzido no Estado de 8,497 milhões de toneladas, alcançando, assim, a marca de 56,2 sacas de soja por hectare de produtividade. Esse resultado foi 9,1% superior à média de produtividade registrada na safra anterior (2015/2016), que foi de 51,5 sc/ha.

Agricultura tem 2017 de aumento na produção, mas pouco dinheiro no bolso

Em 2016, Mato Grosso do Sul colheu 7,601 milhões de toneladas. O resultado de 2017 mostrou crescimento de 11,8% com as mais de 8 milhões de toneladas retiradas dos campos sul-mato-grossenses.

Segundo o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto disse na época, mesmo que o Estado tenha sido beneficiado economicamente com os resultados, pois gerou maior arrecadação, o processo foi oneroso ao produtor.

“A situação é muito preocupante. Os números são positivos, mas a safra é muito ruim, péssima, em termos de rentabilidade. Alcançamos a produção de um grande volume de grãos, mas essa produção custou muito, saiu muito cara ao produtor”, afirmou Bortoloto na época. “O agricultor está saindo de bolso vazio desta safra, e isso só vai mudar se os preços pagos pela soja melhorarem”.

Milho

Agricultura tem 2017 de aumento na produção, mas pouco dinheiro no bolso

A safra histórica no entanto, não rendeu lucros maiores para os agricultores do Estado, que foram prejudicados pela queda nos preços. Conforme o analista técnico da Famasul, Luiz Gama, avaliou, o principal fator foi a desvalorização do dólar. Em 2017 a moeda obteve em média de R$ 3,18 contra R$ 3,48 em 2016. O especialista explicou que com a baixa o preço do cereal foi em média 41,6% menor em 2017, o que resultou em um Valor Bruto de Produção 7,2% menor neste ano.

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Cana de Açúcar

Com 1,74 milhão de toneladas na safra 2016/2017, a produção da cana de açúcar teve aumento de 31,3% ante o resultado atingido pela safra 2015/2016 que foi de 1,32 milhão, conforme divulgado pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).

Roberto Hollanda, presidente da entidade, informou que 20 usinas sucroenergéticas processaram 50,27 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, representando recorde de produção, com aumento de de 3,1% em relação às 48,72 milhões de toneladas da temporada passada.

Agricultura tem 2017 de aumento na produção, mas pouco dinheiro no bolso

Com outra frente de destinação para a cana-de-açúcar, a produção de bioeletricidade também registrou aumento de produção, com geração de 2.596 gW (gigawatts) para o Sistema Interligado Nacional, o que significa crescimento de 5,9% em relação ao ano passado.

Eucalipto

Em 2017 o setor de silvicultura comemorou a marca de 1 milhão de hectares de florestas plantadas, o que deu ao Estado a posição de segundo maior produtor de eucalipto do país. Segundo divulgado pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o crescimento foi 14% em relação ao ano anterior.

“Não é sonho chegar aos 2 milhões de hectares. Temos extensão territorial, terras produtivas, setor de seringa em crescimento e a organização do sistema é o que leva a competitividade do setor”, disse o governador Reinaldo Azambuja durante o 5º Congresso MS Florestal Online em setembro.

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Com a possibilidade de uma terceira planta da Fibria e, se a Papper Excelence concretizar os planos de expansão que a Eldorado tinha antes da venda da indústria para a holding holandesa, a demanda da matéria prima irá aumentar. Além disso, há outras frentes onde o eucalipto pode ser usado.

“Temos 200 mil hectares que precisamos buscar mercado e para isso, estamos atraindo empreendimentos que façam uso desse eucalipto, como na área de mineração, biomassa e ainda queremos expandir a questão da madeira, em móveis, palets, buscando indústrias que processem essa madeira”, destaca Jaime Verruck, titular da Semagro.

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