Preço nas alturas: com feijão a R$ 11,59, cada ida ao mercado é um susto

Inflação muda hábitos de campo-grandenses

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Inflação muda hábitos de campo-grandenses

Você vai às compras e na hora de passar no caixa leva um susto quando vê o valor da conta, bem maior do que tinha imaginado. A situação já virou rotina na vida dos campo-grandenses. Pesquisar os preços, eliminar supérfluos da lista, escolher marcas mais baratas, são várias as artimanhas que os consumidores têm feito para garantir o supermercado.

O feijão é o vilão das compras. Um quilo nesta sexta-feira (17) estava sendo negociado nos supermercados a quase 12 reais na Capital. “Paguei mês passado 6 reais no quilo, e agora já 12 reais. A gente leva até um susto quando olha o preço”, conta a aposentada Ivone da Gama, 55.

O encanador Gumersindo de Oliveira, 66, diz que antes de ir ao supermercado olha o saldo da conta. “Eu vim hoje fazer umas comprinhas, e já olhei meu saldo antes para cuidar e não passar do que tenho. Está tudo tão caro, a gente corre o risco de chegar no caixa e não ter dinheiro pra pagar”, cita.

“A gente não tem saída, precisamos comprar. Eu já estou gastando nas compras de casa 300 reais mais que nos meses passados”, pontua a manicure Ana Maria Bitencourt, 56.

Para a economista Neusa Aparecida Leite, 54, as explicações para a inflação são várias. “Estamos em uma estação que as condições climáticas não ajudam a agricultura. O imposto está maior, o combustível mais caro, o transporte aumentou”, explica.

Artimanhas

Feijão preto tem sido a saída (Luiz Alberto)

 

Pesquisar os preços em diferentes supermercados, comprar as marcas mais baratas, levar o necessário… são várias as saídas encontradas pelos consumidores na hora de ir às compras. 

O cozinheiro Edson Fleire Souza, 34, diz que já trocou o feijão carioca pelo preto. “A gente não gosta tanto do preto, mas fazer o quê? Foi o jeito que encontramos de comer feijão. Ele já está mais caro que o arroz”, pontua.

A carne de segunda também já está na lista de compras de muitos campo-grandenses. “Não consigo comprar mais carne de primeira, só levamos a de segunda mesmo”, diz Gumersindo.

Muitos vão ao supermercado e ficam dando voltas, e é aí que mora o perigo. Gumersindo já dá a dica. “Venho direto no que eu quero, pego o que preciso e pronto”.

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