Dólar valorizado deixou o mercado externo mais atrativo

O preço do registrado em Mato Grosso do Sul subiu 6% entre janeiro e fevereiro deste ano e na contramão, a cotação da soja que caiu 9,2%, segundo números do levantamento do Informativo Casa Rural, desenvolvido pelo Departamento de Economia do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).

A saca de milho registrou uma média de R$ 34,26 em fevereiro, um leve aumento de 5,7% em relação a janeiro, quando o grão era vendido a uma média de R$ 32,39 a saca.

“Começamos o ano com as exportações aceleradas em períodos em que geralmente as vendas não são tradicionais, como janeiro e fevereiro. O resultado deste cenário é o câmbio, que deixou o nosso produto mais competitivo e estimulou as negociações”, explica o analista econômico Luiz Gama.

Com isso, Gama analisa que o dólar valorizado deixou o mercado externo mais atrativo, inflacionando os preços no mercado interno. Segundo dados divulgados pela Secex (Secretaria do Comércio Exterior), Mato Grosso do Sul exportou em janeiro deste ano 361 mil toneladas, alta de 61,2% em relação a janeiro do ano passado. “O volume exportado é maior para o período nos últimos cinco anos”, complementa Gama. O Estado foi o quarto maior exportador de milho do país em janeiro, respondendo com 8,11% do total.

Já, a soja encerrou o mês de fevereiro a uma média de R$ 65,35 a saca de 60 quilos, acumulando queda de 9,2% em relação às vendas de janeiro, quando a oleaginosa valia R$ 72 a saca. Para Gama, o avanço da colheita, que já atinge 42%, é o fato que justifica essa redução nos preços.

Ainda de acordo com o Informativo Casa Rural, considerando uma produção de aproximadamente 7,3 milhões de toneladas para a safra 2015/16, a comercialização antecipada da soja em Mato Grosso do Sul já atinge 51,5% ou 3,75 milhões de toneladas, 21,5 pontos percentuais a mais que em relação a igual período do ano passado. 

Em janeiro de 2016 foram exportadas 31,1mil toneladas de soja em grãos de Mato Grosso do Sul, segundo os dados da Secex, enquanto no ano passado não houve embarque. “A última vez que isso aconteceu  durante um mês janeiro foi em 2012, quando da quebra da safra norte-americana”, reforça Gama.