Leite ostentação: preço sobe 40% e produto no saquinho vira opção
Preço do litro está perto de R$ 5,00 na Capital
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Preço do litro está perto de R$ 5,00 na Capital
Quem foi ao supermercado nos últimos dias garantir o do café da manhã já sentiu no bolso o aumento do preço do leite. O produto está custando quase R$ 5,00 em Campo Grande, um aumento de cerca de 45% em um ano. A alternativa tem sido voltar a comprar o leite ‘de saquinho’, que sai por cerca de R$ 3,00.
“O leite está como o feijão, ostentação. Lá em casa já até tivemos que diminuir o consumo porque pagar quase cinco reais no litro, não dá”, diz a estudante Joseane de Oliveira, 28. A cabeleireira Maria Eliza de Sousa, de 61 anos, também sentiu a alta. “Um absurdo o preço do leite essa semana. Estamos tomando mais chá lá em casa, que está mais barato e assim gastamos menos”, afirma.
As consumidoras têm razão. O leite longa vida desnatado foi comercializado em junho por uma média de R$ 4,14 em Campo Grande, o que representou uma alavancada de 44,8% em comparação a mesmo mês de 2015, segundo o Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Universidade Anhanguera Uniderp. O integral saiu por uma média de R$ 4,14, um aumento de 44,8% em relação ao ano anterior, de R$ 2,86.
A saída para muitos consumidores têm sido o leite de saco. “O de saquinho é mais em conta. Quem tem criança em casa não tem alternativa, precisa comprar de qualquer jeito”, diz a copeira Lucelia Santos Amorim, 35.
Em um supermercado na região do Tiradentes o leite de saco está sendo vendido a R$ 2,99, enquanto o de caixinha custa R$ 3,99. A procura pelo leite de saquinho tem sido grande, segundo funcionários.
“A gente busca alternativa. Está muito complicado ir no supermercado comprar hoje em dia. Está tudo muito caro”, cita a dona de casa Eugênia Antônio, 50 anos.
E a explicação?
A estiagem e baixas temperaturas acarretam na entressafra do leite. A baixa produção no campo e os altos custos com a produção também são os culpados da alta no produto.
“A produção de leite caiu nos últimos meses devido ao clima, e a entressafra, períodos de baixa produção. Essa diminuição da produção é a nível nacional. Por isso, temos uma tendência de maiores preços”, afirma a presidente do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul), Milene Nantes.
No dia 1º de junho, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou que fará um levantamento para diminuir os tributos durante a seca, época mais difícil do ano para os produtores. “Pensando no período da seca que ocorre a escassez do leite, o governo estuda oferecer um diferencial do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), desta forma o produtor poderá investir na melhora da pastagem e do rebanho para suportar o aumento de produção na época da estiagem”, anunciou.
Ainda de acordo com o governador, a redução do recolhimento da alíquota para a saída do leite também será avaliada. “Vamos pensar nesta reivindicação com carinho, pois queremos fortalecer a indústria local. Precisamos encontrar um equilíbrio para atender toda a cadeia produtiva. Com a melhoria da qualidade genética do rebanho e das pastagens, além da diminuição do ICMS para potencializar as indústrias e oferecer um maior ganho ao produtor, o setor crescerá no Estado”, disse.
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