O dólar teve mais um dia de forte volatilidade

Mais um dia de sobe e desce e novas intervenções do Banco Central, o dólar emendou a segunda queda consecutiva e fechou esta sexta-feira abaixo dos R$ 4, assim como já tinha ocorrido na véspera, e está cotado a R$ 3,976 na venda.

Apesar de mais uma queda, a semana foi agitada para o câmbio, já que a moeda americana atingiu na quarta-feira a maior cotação da história do Plano Real, a R$ 4,14. No acumulado da semana, avançou 0,44%. Já no mês, tem valorização de 9,61% e no ano, de 49,54%.

Na véspera, o dólar teve mais um dia de forte volatilidade e chegou a superar os R$ 4,20. Porém, novamente com intervenção do Banco Central, que informou por meio do presidente Alexandre Tombini que poderia vender no mercado dólares das reservas internacionais à vista, operação que não é feita desde 2009, baixou e fechou o dia vendido a R$ 3,99. A venda direta, no entanto, ainda não foi feita.

Já nesta sexta, abriu o dia em queda e chegou a registrar R$ 3,89 às 9h19 (de Brasília), mas a moeda voltou a subir até atingir R$ 4,006 por volta das 11h. No resto da sessão, o dólar oscilou, mas sempre abaixo de R$ 4.

No cenário interno, o Banco Central (BC) voltou a intervir no câmbio. A autoridade monetária vendeu 40 mil contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro) em dois leilões e renovou mais 9,45 mil contratos que venceriam no próximo mês. Além disso, o BC vendeu US$ 1 bilhão das reservas internacionais com compromisso de recompra, em que o dinheiro volta para o BC em algumas semanas.

No cenário internacional, o principal fator que impediu que o dólar caísse ainda mais foi a divulgação de que o governo norte-americano revisou, de 3,7% para 3,9%, o crescimento anualizado do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) no segundo trimestre.

O bom desempenho da produção norte-americana indica que o Federal Reserve, Banco Central do país, pode aumentar os juros da maior economia do planeta antes do fim do ano. Taxas mais altas nos Estados Unidos atraem recursos de todo o planeta para títulos do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo. Mas acarretam a retirada de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil.