Cesta de Natal aumenta mais de 18% em Campo Grande

Reajuste superou a inflação acumulada nos últimos 12 meses

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Reajuste superou a inflação acumulada nos últimos 12 meses

O preço da cesta de Natal em Campo Grande aumentou 18,16% em relação ao ano passado. Em 2014 o índice registrado foi de 10,58% e em 2013, 6%, de acordo com a pesquisa do Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp.

Segundo o levantamento, o campo-grandense vai gastar mais este ano para comprar os produtos tradicionalmente consumidos nas festividades do fim do ano, como o panetone, bacalhau, peru e as frutas.

A pesquisa revelou ainda que o reajuste superou a inflação acumulada nos últimos 12 meses em Campo Grande, que é de 10,96%. Conforme o coordenador do Nepes, Celso Correia, o que contribuiu para o aumento foi à alta do dólar, o clima adverso, que tem prejudicado a produção de hortifrutis, o aumento nas exportações de carnes e a elevação do poder aquisitivo do consumidor.

Avaliação por segmentos

As aves foram as que mais dispararam de preço, com alta de 38,97%, em média. O frango resfriado lidera o ranking do grupo, em dezembro de 2014 custava R$ 5,76 e este ano R$ 9,33, ou seja, 61,98% de aumento. O chester (Perdigão) ocupa o segundo lugar com 61,54% de reajuste, passou de R$ 14,25 para R$ 23,02 em um ano. Para contar com o peru na ceia, o campo-grandense também terá que desembolsar mais. As duas marcas pesquisadas, Sadia e Perdigão, reajustaram o valor em 16,80% e 15,55%, respectivamente.

Já o churrasco do fim de ano também está, em média, 19,96% mais caro. O contrafilé subiu 36,31%, passando de R$ 18,62, em 2014, para R$ 25,30. A picanha, que custava R$ 29,45 no ano anterior, aumentou 19,59%. Outros cortes, como a capa de contrafilé e a alcatra, subiram 12,58% e 11,35%, respectivamente. A leitoa também sofreu majoração, da ordem de 15,79%. Em 2014, o produto foi comercializado por R$ 23,75% e este ano passou para R$ 27,50.

O coordenador do Nepes explica que a valorização da carne bovina está atrelada à baixa oferta de boi gordo para o abete e a entrada de boi de confinamento que tem o preço mais alto do que o de engorda a pasto. O custo de produção dos frigoríficos também foi muito afetado com o aumento da energia elétrica, em torno de 50% neste ano.

O tradicional panetone subiu 18,83%, em média. O maior reajuste foi constatado com a marca Tommy, que saiu de R$ 7,47 em 2014 para R$ 9,51, um aumento de 27,31%. Mais cara, a unidade da Bauduco, que ano passado foi vendida a R$ 13,97, apresentou elevação de 25,63%, em doze meses. Já o panetone Visconte apresentou o menor aumento entre os produtos pesquisados. Passou de R$ 12,19 para R$ 12,99, alta de 6,56%. 

Os preços dos principais peixes consumidos registraram elevação média de 19,63%. O filé de merluza aumentou 24,72%, o bacalhau do porto teve crescimento de 22,31% e o bacalhau ling registrou alta de 11,88%.

O grupo de bebidas alcoólicas registrou alta de 17,36%. Há marcas de vinho com majoração de até 40,03% e de uísque com 24,98% de reajuste. A cerveja chegou a ter 19,71% de aumento em relação a 2014. No segmento de não alcoólicas, os refrigerantes registraram 13,38% de acréscimo de um ano para o outro.

O grupo hortifrútis seguiu o comportamento de majoração, com índice de 14,55%. As maiores altas foram constatadas com: cebola (83,04%), batata (43,01%), uva passa (42,72%), melancia (25%), nectarina (24,84%), tomate (22,51%), pêssego (16,92%), abacaxi (14,47%) e cenoura (11,44%) com índices superiores que a inflação acumulada na Capital.

Os frios e laticínios aumentaram, em média, 11,53%. Os itens de mercearia registraram inflação mais baixa entre os grupos, fechando em 10,56%. As maiores altas foram identificadas com os produtos: feijão (46,36%), ameixa em lata (41,18%), biscoito Champagne (28,51%), açúcar cristal (19,22%), arroz (13,71%) e maionese (11,65%). Também foram registradas quedas de valor com o macarrão (-11,06%), lentilha (-10,93%), trigo (-9,67%) e azeite (-3,62%).

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