Midiamax testou: Saiba como identificar ‘gasolina batizada’ em Campo Grande

Assista ao vídeo e confira se combustível foi aprovado ou não

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A qualidade da gasolina vendida nos postos de combustíveis sempre foi fator polêmico entre motoristas e motociclistas. Se de um lado o menor preço sempre chama mais atenção, do outro, a controversa ‘gasolina batizada’ pode provocar sérios danos aos veículos. 

Mas afinal, é possível saber se o combustível comprado atende aos parâmetros de qualidade determinados por lei?

Antes de mais nada é preciso lembrar de uma coisa importante! Regra da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) obriga todos os postos a ter o kit para teste da gasolina, inclusive, frentistas devem ser treinados para fazer a análise gratuitamente na frente do cliente, todas as vezes em que for solicitado. 

Apesar disso, existem testes que o cliente pode fazer em casa mesmo, claro, desde que observe rigorosamente cuidados com o manuseio do combustível. Também é preciso estar o mais distante possível de materiais que produzam luz e fogo. 

O Jornal Midiamax fez o teste!

No geral, a análise funciona da seguinte maneira: em um recipiente adicionamos 250 ml de gasolina e outros 250 ml de água. Como ambas têm densidades diferentes, água e gasolina não se misturam e é possível notar onde cada uma fica posicionada. Para o teste, é preciso chacoalhar o recipiente por alguns segundos e aguardar uns minutinhos.

Aviso importante!!!!

Como é sabido, toda gasolina tem adicional de etanol em sua composição, no entanto, regra da ANP determina que essa adição não ultrapasse de um terço da quantidade total. 

Durante o teste, quando água e gasolina são chacoalhadas no recipiente, naturalmente o etanol, que tem coloração clara, se une à água. Após a fusão, a gasolina com coloração acobreada ficará em menor quantidade e aí é que está a consideração final.

Para ser considerada gasolina dentro do parâmetro de aceitável, o acréscimo ao líquido mais claro não pode passar de um terço da quantidade total. Ou seja, no caso de 250, a adição a mais na coloração clara não pode ser superior a 8,3 ml, pelo contrário. 

Confira o teste no vídeo abaixo:

Risco aos veículos

Joaquim Terra, proprietário de uma oficina de veículos de Campo Grande, explica que abastecer com combustível adulterado pode comprometer severamente o funcionamento dos veículos. 

“Especialmente em carros mais modernos, que têm injeção eletrônica, o sistema é controlado eletronicamente e tem parâmetros de funcionamento. Quando os valores de gasolina e a quantidade registrada são diferentes, a direção fica perdida, funciona com deficiência e no tempo errado. Isso provoca problemas de ignição, aumenta o consumo de combustível, reduz o rendimento do veículo e acarreta vários desgastes”, explica. 

Segundo ele, os danos também afetam o meio ambiente, já que a queima de combustíveis adulterados deixa mais resíduos poluidores no ar.

“Por isso a gente sempre recomenda abastecer em postos de bandeira e observar o funcionamento do veículo toda vez que colocar gasolina de um lugar diferente. Infelizmente, em muitas vezes abastecer bem é uma questão de sorte”, finaliza. 

Procon fiscaliza

Em 2022, denúncias e fiscalizações de rotina levaram fiscais do Procon-MS a 143 postos de abastecimento na Capital e no interior de Mato Grosso do Sul. “Foram realizadas análises quanto a precificação do combustível e a aferição das bombas, não sendo confirmados casos de adulteração”, informou o órgão por meio de nota.

Entre 1º de janeiro a 23 de maio de 2023, o Procon-MS recebeu sete denúncias de gasolina adulterada e realizou 42 fiscalizações em postos de Campo Grande. Também não houve confirmação.

“Caso se verifique que o veículo apresenta mau funcionamento em decorrência de combustível adulterado, o consumidor deve solicitar ao seu mecânico um laudo e orçamento que atestem o fato. Com esses documentos e a nota fiscal do abastecimento, basta recorrer ao Procon/MS para registro da denúncia do posto e, assim, evitar que outros clientes sejam lesados”, acrescentou o Procon.

Canais de denúncia

Consumidores podem registrar denúncias e ter orientações sobre combustível adulterado pelo telefone 151 ou formulário online no site www.procon.ms.gov.br. Todas as demandas apresentadas serão analisadas e fiscalizadas conforme a legislação.

“As penalidades administrativas de multa, quando aplicadas, consideram critérios de cálculo previstos no Decreto Estadual nº 15.647/2021. Dentre eles estão a gravidade da infração, as circunstâncias agravantes como a reincidência, assim como o perfil da empresa. Já quanto ao valor mínimo aplicado, no caso dos postos de abastecimento, ele inicia em 200 Uferms”, finalizou o órgão.

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