Consumidor de MS é o 2º que mais corta gastos desnecessários, diz Serasa
A primeira posição ficou com Goiás, também na região Centro-Oeste do País
Clayton Neves –
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Mato Grosso é o segundo Estado Brasileiro no qual moradores, para equilibrar o orçamento, mais cortam gastos supérfluos ou desnecessários – tais como comer fora ou gastar com delivery, ou até mesmo contratar serviços de streaming como Netflix e Spotify, dentre vários outros.
É o que aponta estudo de finanças regionais realizado pelo Serasa, em parceria com a plataforma de pesquisa Opinion Box, que ainda traz Goiás, também na região Centro-Oeste do País, no topo do pódio.
A pesquisa revela que 90,7% dos sul-mato-grossenses entrevistados confirmaram já ter reduzido algum tipo de despesa desnecessária para realinhar as finanças. Outros 67% disseram que atualmente ainda adotam a estratégia – apenas 23,5% mantêm compras desnecessárias na rotina.
Levantamento do Serasa também traz que o Estado tem 1,03 milhão de inadimplentes, cujas dívidas somavam R$ 5,29 milhões em maio deste ano. MS surge com 3,72 milhões de contas em atraso, já que uma pessoa pode ter mais de uma dívida.
Nesse contexto, conforme o Censo Demográfico 2022, Mato Grosso do Sul tem 2.756.700 de habitantes. Assim, os dados do Serasa mostram que 37,59% da população do Estado está com o nome sujo.
Na boca do povo, pesquisa se confirma
Nas ruas de Campo Grande a realidade apontada pelo estudo se confirma. Para a aposentada Maria Lúcia, de 65 anos, o dinheiro que entra na conta bancária tem destino certo: alimentação e remédios.
“A gente tem que controlar muito, do contrário, não consegue sobreviver”, comenta a idosa. Para fazer a aposentadoria render, ela conta que mantém hábitos importantes no dia a dia, medidas que no fim do mês fazem toda diferença.
“Não [compro] nem um salgado que seja na rua e até a água que bebo quando venho ao Centro eu trago de casa em uma garrafinha. Tem gente sem juízo que gasta sem controle, mas compro só o necessário”, finaliza.
Na casa da autônoma Débora Ferreira da Silva, de 35 anos, o cuidado é o mesmo. “Gasto mais com contas de casa, que são água, luz, aluguel e alimentação”, detalha. Segundo ela, os custos essenciais chegam a quase R$ 1 mil no mês.
Com o pouco que sobra, Débora se permite cuidar da aparência. “Vou ao salão fazer algo para me animar, mas isso é raro, não é algo desnecessário ou que faço toda semana. A estética ajuda, inclusive, com meu trabalho”, relata.
Na avaliação da autônoma, o descontrole financeiro é uma das principais justificativas para tantos sul-mato-grossenses integrarem a lista de negativados.
“Muita gente come bobeira, entra em loja e compra coisas que nem precisa só pelo prazer de comprar. Usam o ditado que só se vive uma vez e depois não conseguem colocar as contas em ordem”, finaliza.
O que o Serasa considera supérfluo?
No universo da pesquisa desenvolvida em parceria com a Opinion Box, até mesmo desperdício de comida está na lista de itens ou comportamentos considerados evitáveis. Confira a lista:
● Compras impulsivas: itens não planejados e não essenciais comprados por impulso.
● Assinaturas não utilizadas: serviços de assinatura (como streaming de vídeo, música, aplicativos, etc.) que não estão sendo usados regularmente.
● Comer fora em excesso: gastos com restaurantes e delivery.
● Compras de luxo não planejadas: produtos de alta qualidade, mais caros e sem planejamento, que não são realmente necessários.
● Desperdício de alimentos: compra de mais comida do que é possível consumir, obrigando a descartar os alimentos.
● Gastos com juros elevados: acumular dívidas com altas taxas de juros de cartões de crédito, cheque especial ou empréstimos pessoais que não eram de primeira necessidade.
● Serviços extras não essenciais: opções premium ou serviços extras que não agregam valor significativo.
● Bens não utilizados: itens que não são mais utilizados ou necessários.
● Gastos excessivos com entretenimento: atividades de lazer, como viagens frequentes, shows ou eventos sem ter dinheiro sobrando para isso.
● Economia apenas no curto prazo: produtos mais baratos que podem acabar exigindo substituições frequentes, resultando em custos maiores no longo prazo.
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