Associação propõe sacolas reembolsáveis para consumidor que não levar embalagem reutilizável
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) apresenta hoje (25) ao Ministério Público de São Paulo e à Fundação Procon propostas para compensar o fim das sacolas plásticas nos supermercados do estado. Uma das ideias é oferecer três tipos de sacolas ao consumidor que fizer compras no supermercado e se esquecer de levar a embalagem reutilizável […]
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A Associação Paulista de Supermercados (Apas) apresenta hoje (25) ao Ministério Público de São Paulo e à Fundação Procon propostas para compensar o fim das sacolas plásticas nos supermercados do estado. Uma das ideias é oferecer três tipos de sacolas ao consumidor que fizer compras no supermercado e se esquecer de levar a embalagem reutilizável – as feitas em papel, as de material biocompostável, ou seja, fabricadas com amido e biodegradáveis, ou as recicladas, fabricadas com sobras de plástico em indústria. Essas sacolas custariam entre R$ 0,07 ou R$ 0,25, em uma previsão inicial feita pela Apas.
Outra proposta seria a de compensar o valor que foi gasto pelo consumidor na compra da sacolinha no supermercado. Ao optar por uma dessas sacolas, a compra será discriminada no tíquete do caixa e, na próxima vez em que se dirigir ao estabelecimento, o consumidor poderá devolver essa sacola (mesmo que o estado em que ela se encontre já não seja o mesmo de quando a adquiriu) e receber de volta o dinheiro que pagou, de forma integral.
O presidente da Apas, João Galassi, disse que com essa atitude o consumidor e os supermercados estarão contribuindo para a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, estimulando a logística reversa. Segundo ele, os supermercados ficariam responsáveis por dar a destinação correta para as sacolinhas que forem devolvidas pelo consumidor.
“Hoje, 90% das compras são feitas com as sacolas reutilizáveis. Mas, quando esqueço a minha sacola ou quando, de repente, a dona de casa está passando e resolve adquirir algum produto, precisa de uma opção mais em conta, que não a onere. [Nesse caso], a dona de casa não precisa de outra sacola reutilizável. Ela precisa de uma opção”, disse o presidente da Apas, explicando as alternativas que vão ser propostas pela associação.
Antes mesmo de apresentar as alternativas ao Ministério Público e ao Procon, a associação já estimulou os supermercados a começar a adotar essas medidas de forma imediata. “Estamos sugerindo que os supermercados, de imediato, comecem a se organizar para promover tanto a questão de ter uma alternativa de baixo custo e que não agrida tanto o meio ambiente quanto a de implantar, de imediato, a política reversa. O objetivo é que o consumidor possa colaborar com o meio ambiente e ter a compensação financeira dessas sacolas que foram adquiridas naquele momento em que não houve o planejamento da compra”, disse Galassi.
Além dessas medidas, a Apas pretende fazer campanhas para conscientizar o consumidor, desestimulando o uso de sacolas plásticas. Segundo a associação, desde abril, deixaram de ser distribuídos 1,1 bilhão de sacolas plásticas em São Paulo. “Quando há o processo de conscientização e de substituição de sacolas descartáveis por reutilizáveis tem-se uma redução drástica do número de sacolas descartáveis no meio ambiente, que tanto prejudicam nossas cidades e as pessoas”, acrescentou Galassi.
Segundo ele, estudos feitos pela associação mostram que a cobrança pelo uso das sacolas descartáveis tem desestimulado o consumidor a adquiri-las. Galassi ressaltou que as sacolas descartáveis nunca são gratuitas: antes da proibição, eram distribuídas gratuitamente, mas o custo de sua produção era embutido no preço dos produtos comercializados nos supermercados.
“Quando temos um processo em que os preços das sacolas estão embutidos, tem-se a percepção de que não se paga por elas e isso vira um grande desperdício no uso dessas sacolas. Quando se tem os preços explícitos, onde as pessoas percebem que as sacolas têm um custo, há redução drástica no consumo”, explicou. Os preços pela diminuição no uso de sacolas serão, segundo ele, repassados ao consumidor. A garantia para que isso ocorra é feita pelas próprias características do setor: “O setor é muito competitivo. Não preciso me esforçar para que o setor reduza o preço. É do interesse do setor supermercadista competir, ganhar a confiança e ter mais consumidores”, explicou.
Na última quarta-feira (20), o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) decidiu não homologar o termo de ajustamento de conduta (TAC) que estabelecia o fim da distribuição gratuita de sacolas plásticas no supermercados do estado. O acordo, firmado entre o MP-SP e a Apas, estava em vigor desde o início de abril.
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