Moradores do Parque Novo Século continuam convivendo com ‘lixão a céu aberto’

Os moradores não aguentam mais conviver com a falta de conscientização das pessoas que realizam o descarte irregular dos resíduos

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Rota criada para encurtar o caminho próximo à Rua 3, no bairro Parque Novo Século, na região sul de Campo Grande, está causando transtorno para os moradores. Por lá, a população voltou a conviver com um “lixão a céu aberto”. Tudo isso, causado pelo descarte irregular de diversos resíduos.

O Jornal Midiamax esteve em um terreno próximo à Travessa Petronília Inácio Pereira, em março deste ano, para registrar a situação precária que os moradores estavam enfrentando. Após a reportagem, o proprietário do terreno realizou a limpeza. Mas, agora, a população encontrou um novo local para realizar o descarte irregular.

Caminhando pelo local, os moradores encontram de tudo: roupas, restos de materiais de construção, pneus, vasos sanitários, sacos plásticos e até animais mortos.

Moradora da região há 18 anos, a dona de casa Roseli de Jesus, de 56 anos, reforça que o proprietário precisa fechar o caminho, sendo a solução para a população parar com o descarte irregular. “O proprietário precisa limpar, cercar e acabar com esse ‘trieiro’ aqui”, disse.

Segundo a moradora, nada adianta pedir para a população não realizar o descarte no local. “Já presenciei várias vezes o povo indo jogar lixo. Teve um rapaz que foi falar para não jogar, e foi ameaçado. Fica difícil, o povo vem de fora jogar lixo”, lamentou.

Quem mora na região não aguenta mais conviver com o ‘lixão’ dentro do bairro Parque Novo Século. “A gente não aguenta mais a situação, as crianças que estudam passam ali todo dia e se deparam com tudo que é tipo de lixo. Está muito complicado essa situação”, pontou.

Descarte correto em Ecoponto

Os Moradores do Parque Novo Século podem realizar o descarte correto a aproximadamente 4 km de distância do local, em um Ecoponto da Prefeitura, no bairro Moreninhas.

No local, a entrega de materiais é voluntária e gratuita. Lá são recebidos resíduos recicláveis (metal, plástico, vidro, papel e papelão), resíduos gerados em construções, demolições e pequenas reformas em prédios ou residências, além de volumosos (mobílias, sucatas e madeiras) e resíduos provenientes de poda de árvores/galhadas. O limite de descarte é de um metro cúbico por usuário do sistema.

O horário de funcionamento é de segunda a sábado das 8 às 18 horas e acessível gratuitamente a qualquer cidadão, que poderá fazer o descarte em contêineres específicos e sinalizados para cada tipo de resíduo.

O que diz a prefeitura

Conforme a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), uma fiscalização na região já foi realizada, porém, precisa da conscientização dos proprietários dos imóveis em relação à correta manutenção do seu terreno.

A Semadur informa que realizou fiscalização na região citada, no entanto, é necessário destacar a importância quanto à conscientização dos proprietários dos imóveis em relação à correta manutenção do seu terreno. A Secretaria destaca que tem atuado de forma ostensiva em relação às fiscalizações voltadas aos terrenos baldios, no entanto, é importante salientar que a atuação do órgão ocorre no âmbito administrativo, conforme prevê o Código de Polícia Administrativa do Município de Campo Grande, Lei n. 2909, no que compete a vistoriar e notificar o responsável pelo imóvel para que o mesmo cumpra a legislação vigente. E uma vez identificado um imóvel/lote urbano abandonado, o proprietário é Notificado para realizar a limpeza. Essa Notificação é enviada via Correios por Aviso de Recebimento (A.R.) para o endereço cadastrado nos dados do imóvel. Após o recebimento do A.R. o proprietário tem o prazo de 15 dias úteis para o cumprimento da mesma. Transcorrido o prazo da notificação, o auditor fiscal da Semadur retorna ao local para uma nova vistoria. Caso não tenha sido cumprida a notificação, o proprietário então é autuado (multado), de acordo com o Código de Polícia Administrativa do Município. A multa neste caso varia entre R$ 3.091,50 e 12.366,00.

Em março de 2024, Midiamax registrou situação

Em março deste ano, o Jornal Midiamax esteve no bairro Parque Novo Século para registrar a situação. A situação, na época, estava causando até mesmo falta de segurança aos moradores.

Para a reportagem, foi relatado que carros roubados e um cadáver já foram encontrados em meio aos entulhos.

Alissandra Alves de Matos é moradora da região há 16 anos. Segundo ela, a situação sempre foi precária e uma grande preocupação para quem vive por lá. “Não é agradável. É falta de consciência, tanto dos moradores da região, quanto das proximidades que vêm aqui jogar lixo”, afirma.

Entretanto, além da quantidade absurda de lixo, outro problema apontado pelos moradores é a falta de segurança. Isso porque o mato é muito alto e não há iluminação pública. Segundo Alissandra, já houve registro de assalto e é constrangedor que os moradores tenham que conviver com a insegurança e medo há tantos anos.

“Muitos trabalhadores transitam por aqui, mas é uma área de perigo. Aqui já teve muito assalto. Com tanto político que entre e sai, ninguém toma providência. A gente se sente esquecidos. Tem bairros que são mais novos e já estão asfaltos, tem lazer, iluminação… aqui não temos nada”, conta.

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