Pichadores voltaram a atacar no Centro de Campo Grande e, desta vez, de maneira bem ousada, a começar por um prédio comercial e residencial, localizado no cruzamento das ruas 13 de Maio com a Dom Aquino. As paredes, em uma distância de cerca de 10 metros, que antes abrigavam uma agência do Banco do Brasil, agora estão pichadas. No entorno, lojistas mostram outros locais depredados e lamentam a falta de rondas e a poluição visual aparente após os crimes.

Segundo a Polícia Civil, do início do ano até esta terça-feira (18), foram registradas oito ocorrências de pichação, incluindo a Fundação de Cultura na Rua Antônio Maria Coelho, além de estabelecimentos comerciais centrais das ruas 14 de Julho e Dom Aquino. Já nos bairros, as ocorrências registradas incluíram casas e lojas do Jardim Tarumã, bairro Santa Fé, Amambai, Manoel da Costa Lima e também uma escola no bairro Novo Século.

Aumento de 15% nas pichações este ano, diz Polícia Civil

(Henrique Arakaki, Midiamax)
Pichação em parede de ladrilho no Centro de Campo Grande (Henrique Arakaki, Midiamax)

No ano passado, a polícia registrou 21 queixas de pichação em Campo Grande. Já no mesmo período citado acima, foram sete ocorrências, ou seja, um aumento de 15% no número de pichações este ano.

De acordo com a Decat (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista), todos os casos são investigados e, localizado a autoria – por meio de testemunhas e imagens de sistemas de vigilância – todos prestam declarações na delegacia e, por sua vez, os procedimentos são encaminhados ao juizado especial da região onde ocorreu a pichação.

O vendedor autônomo Auzelino Mendes, que possui uma banca de água de coco há 15 anos, na região central, fala que ficou “muito surpreso” com o tamanho da pichação. “É muito grande, dando a impressão de um grupo pichando durante a madrugada. Cheguei para trabalhar e fiquei impressionado. Acho que faltam rondas, principalmente da Guarda Municipal. São pessoas que não têm o que fazer e saem danificando patrimônios”, lamentou.

Outro comerciante, também da região central, falou que presenciou a pichação assim que chegou para trabalhar em sua loja de bijuterias e acessórios, nesta manhã (18). “A pichação deixa a cidade suja, uma poluição visual grande e ainda fica um ar de criminalidade. Faltam muitas rondas, principalmente, durante a madrugada”, comentou Giovano Zamineli.

(Henrique Arakaki, Midiamax)
Comerciantes da região reclamam das pichações (Henrique Arakaki, Midiamax)

De acordo com o comerciante, outras pessoas reclamaram também do furto de fios nas imediações e da falta de segurança. “A gente enfrenta de tudo aqui: problemas no trânsito, falta de segurança, falta de rondas e toda essa onda de furtos. É muito triste, lamentável”, falou.

Já na Rua 14 de Julho, quase esquina com o cruzamento da Dom Aquino, uma comerciante disse que também teve o comércio depredado. “Minha porta foi pichada há pouco tempo e eu ainda não fiz a reforma, estou fazendo orçamento. Hoje, cheguei por volta das 4h a 4h30, horário que chego sempre e não vejo rondas. É complicado, o prejuízo fica sempre para os comerciantes”, lamentou.

Mais de 20 grupos de pichadores identificados

Prédio no Centro de Campo Grande foi alvo de pichação
Prédio no Centro de Campo Grande foi alvo de pichação

No ano de 2018, quando a Polícia Civil registrou um grande número de ocorrência e as rondas da Guarda Municipal foram intensificadas, mais de 20 grupos de pichadores foram identificados.

Na ocasião, em depoimento, muitos deles alegaram que a pichação ocorria como forma de protesto, seja para falar de preconceito e política, por exemplo, além de ser um modo de se exibirem e conquistarem respeito entre os pichadores.

Desta forma, “desafios diários” de pichação eram colocados em grupos.

Após este período, não houve mais divulgação sobre este tipo de crime e nem sobre os pichadores indiciados.

Veja alguns locais pichados na região central:

(Henrique Arakaki, Midiamax)
(Henrique Arakaki, Midiamax)
(Henrique Arakaki, Midiamax)
(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)