De show room até serviços de saúde, os moradores do bairro mais populoso de , o Aero Rancho, estão bem servidos com a Avenida Rachel de Queiroz, principal rota do comércio daquela região.

Em seus mais de 2 km de extensão, são centenas de pontos comerciais. Conforme dados não oficiais do site Procep, são 108 empresas cadastradas neste endereço, porém, o que a reportagem do Jornal Midiamax constatou é que o número de empresas ultrapassa esse número.

O Jornal Midiamax publica nesta semana uma série de reportagens que detalha a expansão e a descentralização do comércio de Campo Grande. Dentro dessa proposta, a Avenida Raquel de Queiroz aparece como um lugar que cresceu exponencialmente nos últimos anos.

O ponto é tão ‘próspero' que atrai gente até de fora do Estado, como a empresária Rosemir de Souza, 54 anos, que saiu de Porto Velho (RO), onde tinha uma pastelaria há 15 anos, e abriu o mesmo negócio na Raquel de Queiroz.

Ela mora no Bairro Parati e veio para Campo Grande para ficar mais perto da filha e dos cinco netos. Entretanto, como ainda não tem um ano no local, está avaliando a permanência. “O povo quer um um pouco mais barato. A gente está se adaptando com o povo daqui”, comenta ao Jornal Midiamax.

Como moradora da região, Rosemir afirma que não tem do que reclamar sobre o quesito comércio. “De tudo que você procura, acha aqui no bairro”, diz ela. Como costuma comprar coisas em maior quantidade para o empreendimento, procura em supermercados atacadistas, que também há ali perto.

Rosi veio de Porto Velho para morar em Campo Grande (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Fatura mais na Raquel de Queiroz

Dona de uma loja de roupas, Daise Donato, de 41 anos, escolheu a dedo o ponto na Raquel de Queiroz, visando o aumento das vendas. Com cerca de 1 ano no local, a empresária já percebe o potencial.

“Aqui é melhor do que onde eu estava. Em questão de movimento, fluxo de pessoas, de cliente; O Aero Rancho se tornou um bairro bem vantajoso para você montar loja. O retorno dele está melhor de que quando eu estava no Universitário”, conta.

Segundo Daise, que mora no e atravessa a cidade para trabalhar, o ponto deu tão certo que ela abre até nos finais de semana. “Final de semana eu não abria onde eu estava e aqui eu tenho movimento até no domingo. É totalmente diferente”, revela.

Nesse tempo em que está trabalhando na Raquel de Queiroz, a empresária conta que já percebeu a preferência da população local em comprar no bairro. “Eles não gostam mais de descer no centro porque aqui eles encontram de tudo, desde utilidades, mercado, roupas e calçados; aqui você acha de tudo”, opina.

População só encontra caixas eletrônicos em supermercados (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“Seria viável um banco aqui mais próximo”, diz Daise, que cita a lotérica e os caixas eletrônicos nos supermercados como únicas opções para tratar de assuntos financeiros.

“Quase não tinha vizinhos”

Há 8 anos tocando um Salão de Beleza, Andreia Moura, de 31 anos, viu a Raquel de Queiroz se transformar e o comércio se fortalecer durante quase uma década. “Quando eu montei aqui não tinha quase nenhum comércio, então eu percebo que a minha volta cresceu muito”, conta.

“Eu quase não tinha vizinhos, agora já não tem lugares vagos, então preencheu muito e de comércio”, frisa a empresária, que movimenta não só os moradores, mas pessoas de outras regiões. “Eu fico perto do [Hospital] Regional e de escolas. Vem muitas médicas, enfermeiras e professoras que moram em outros locais aqui pela praticidades”, explica.

Andreia mora no Bairro Tijuca e, assim como Daise, investiu no ponto após pesquisar. “Fiz uma pesquisa nos bairros mais populosos e o Aero Rancho é um deles. E deu certo, já são 8 anos”, diz. Como passa o dia no local, Andreia afirma que tem tudo que precisa bem acessível ali.

“Eu acho que tem tudo sim, te tudo próximo. Dá para se virar bem aqui”, comenta. Porém, por ser um bairro com muito comércio, a empresária aponta uma deficiência na fiscalização.

“Todo janeiro eles vêm aqui, mas parece que escolhem por porta”, começa. “Se sua porta é grande, eles entram, mas se é uma menorzinha… E todo mundo tem que pagar imposto e estar de acordo com a lei”, reclama.

População vai menos no Centro

O empresário Dion tem uma loja de utilidades há 17 anos, no início da Raquel de Queiroz, e afirma que a tendência é o comércio local crescer mais. “Acho que o comércio do centro vai vir para o bairro”, opina.

raquel de queiroz
Comércio de utilidades na Raquel de Queiroz (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Segundo ele, a própria população tem deixado de ir até o Centro de Campo Grande para comprar. “Eu acredito que o pessoal dos bairros vizinhos vem comprar aqui. Às vezes, o bairro não tem o tipo de comércio que eles procuram, então o cliente vai de um bairro para o outro; evita ir no centro”, diz.

O empresário aposta na sazonalidade para vender. “Eu já tirei tudo os itens de natal para colocar os materiais de escola. Depois vem carnaval, dia das mães, namorados e por aí vai”, explica.

“Hoje é inviável ir no centro; tudo que você encontra no centro, hoje tem no bairro, muito mais fácil, muito mais barato e muito mais prático você comprar aqui”, reflete Dion. Para ele, se tivessem mais bancos e até um shopping, o local ficaria ainda melhor. “Até porque no centro, o aluguel é muito mais caro”, garante.

Opinião dos moradores

Os maiores beneficiados com a diversidade de comércio são os moradores, que têm à disposição uma infinita variedade de opções. Morador do Aero Rancho há 12 anos, Roberto Moreira, de 49 anos, é um dos que não vai ao Centro.

“Eu só compro mais aqui no bairro. É difícil eu ir no Centro. Vou mais quando é para mexer com alguma coisa de documentos”, conta ele, que garante que um Fácil – que possui vários serviços – deixaria a vida da população ainda melhor.

comércio
Roberto mora na região há 12 anos (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Mesmo há pouco tempo na região, o Eduardo Oliveira, de 16 anos, que mora há cerca de 7 meses lá, tem o mesmo pensamento de Roberto. “Aqui é ‘daora'. Tudo que eu preciso tem aqui. Mas depende, só vou ao centro quando é algo muito específico, mas aqui tem tudo que eu preciso”, garante.

No local, o Jornal Midiamax constatou a presença de:

  • Pet-shops
  • Supermercados
  • Autopeças
  • Show Room
  • Conveniências
  • Padarias
  • Mercearias
  • Loja de materiais de construção
  • Mecânicas
  • Loja de tinha
  • Salões de beleza e Barber Shop
  • Loja de móveis usados
  • Posto de gasolina
  • Sucata e ferro-velho
  • Assistência de celular
  • Sorveteria, restaurantes, açaí e outros
  • Loja de tereré
  • Consultório de dentista
  • Lojas de moda feminina, masculina e infantil
  • Farmácias
  • Lojas de embalagens

Polo comercial?

Mas além da Raquel de Queiroz, no Aero Rancho e bairros vizinhos há outras vias – muito próximas – que têm uma quantidade grande de comércios. Uma delas é a Rua Arquiteto Vila Nova Artigas, que é paralela a Raquel de Queiroz.

No Procep constam 85 empresas comerciais cadastradas. Além disso, algumas ruas que cortam tanto a Arquiteto, quanto a Raquel, possuem alguns comércios.

Rua Arquiteto Vila Nova Artigas (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Para aqueles que procuram pela gastronomia, a Rua da Divisão, que faz cruzamento com a Raquel de Queiroz, conta com diversos pontos que oferecem várias opções de comida, na noite ‘Paratiense'.

Confira as reportagens da série do Midiamax sobre o comércio nos bairros