‘Já pedimos água até para Jesus’, diz capitão sobre desabastecimento nas aldeias de Dourados
Vídeo com crianças clamando por água circula nas redes sociais
Marcos Morandi –
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Com calor de quase 40 graus, a Reserva Indígena Federal de Dourados enfrenta desabastecimento de água, agravando ainda mais a situação crônica que afeta as aldeias Jaguapiru e Bororo. O caso foi denunciado por meio de vídeo que circula nas redes sociais e confirmado pelo capitão Ramão Fernandes.
“Já pedimos água até para Jesus e não sabemos mais o que fazer”, desabou o capitão da Jaguapiru, a mais populosa das aldeias. “É sempre assim. Ninguém assume a responsabilidade por esse sofrimento que estamos passando”, relata a liderança indígena à reportagem do Midiamax.
“Nesse momento não temos água nem para cozinhar, quanto mais para tomar banho”, relata o capitão. Ele disse que quando a água chega logo some das casas que tem encanamento. “Além disso não temos caixas para fazer o armazenamento”, explica Ramão, que já conversou com a coordenação do DSEI-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena).
A reportagem do Jornal Midiamax conversou com o gerente regional da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul). Apesar do sistema não pertencer à concessionária, ele disse que tem disponibilizado caminhões pipas para atendimento da comunidade.
“Além de fornecer água, nossas equipes fizeram melhorias no sistema melhorias. Ficamos quatro meses por lá ajudando”, disse Valente.
Problema demanda investimentos de R$ 34 milhões
A falta de água potável, um problema que atravessa décadas e atinge mais de 20 mil indígenas que habitam a Reserva Federal de Dourados, vai precisar de R$ 34 milhões para ser resolvido. O projeto foi apresentado no dia 30 de junho em Dourados e nasceu de um Grupo de Trabalho criado no início deste ano.
“Este é um momento marcante. A Sanesul concluiu todo o trabalho desenvolvido ao longo desses meses e entrega projeto técnico que pode ser executado”, explica o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha.
Segundo ele, o próximo passo agora é levar a proposta para Brasília, onde será preciso buscar o esforço da bancada federal e também com o envolvimento direto do governo.
“São recursos que totalizam em torno de R$ 34 milhões, considerando que essas duas aldeias juntas formam uma grande cidade”, explica o vice-governador, ressaltando que já foram tomadas medidas paliativas que estão beneficiando 150 famílias.
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