Você já experimentou carne de jacaré? Saborosa e com uma textura única, essa iguaria, muito apreciada pelos sul-mato-grossenses, vem conquistando espaço não apenas nos cardápios de restaurantes, mas também no paladar dos consumidores.

No Dia Nacional da Pecuária, celebrado neste sábado (14), o Jornal Midiamax detalha como é produzida essa nada convencional, que tem conquistado paladares ao redor do mundo.

Maior produtor de carne de jacaré do mundo, o Caimasul, nome que deriva da espécie Caiman, ou jacaré-do-pantanal, tornou-se referência na produção. Atualmente, a empresa mantém 61 mil animais em cativeiro, com uma produção mensal de 2 toneladas de carne.

Produção de Jacaré
Produção de Jacaré (Divulgação)

Carlos Murilo Araujo, gerente do Caimasul, explica que a criação de jacarés começou em 2014, em Corumbá. Porém, o sucesso dos negócios levou à abertura do frigorífico apenas três anos depois.

“É o primeiro modelo das futuras fazendas de criação de crocodilianos no mundo. Em nossa fazenda, gerenciamos todo o processo, desde a produção de ovos, alimentação, recriação e engorda dos animais, até o abate em nosso frigorífico, com o envio dos produtos pelo Brasil e para o México”, esclarece.

Um animal, várias utilizações

Pele, artigos de couro, artesanato. No Caimasul, 100% da produção é reaproveitada. Até mesmo as vísceras e carcaças são utilizadas na fabricação de ração para animais.

“Aqui, produzimos carne e subprodutos de jacaré, aproveitando completamente o animal, o que torna o Caimasul mais sustentável do que qualquer outra empresa do setor pecuário”, destaca Carlos.

pele de jacaré
Pele de jacaré (Divulgação)

Ele enfatiza que os criadores e empresários do setor têm investido cada vez mais em técnicas de criação sustentável para preservar a fauna local e fornecer carne de jacaré de alta qualidade.

“Todos os cuidados necessários são tomados para garantir o bem-estar dos animais e a qualidade final dos produtos. Além da carne, produzimos hambúrgueres, espetinhos de jacaré, linguiças e isso tem atraído mais consumidores que desejam apreciar essa iguaria”, afirma.

Outro fator que torna a carne de jacaré atraente para os paladares é seu baixo teor de gordura. Além disso, é rica em proteínas, fibras, ácidos graxos, fósforo, potássio, vitamina B12 e carboidratos. Segundo o gerente do Caimasul, o consumo pode até mesmo ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabete e obesidade.

Carne produzida em MS
Carne produzida em MS (Divulgação)

Mato Grosso do Sul abriga o 5º maior rebanho do Brasil

O setor agropecuário, de forma geral, desempenha um papel fundamental no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, com crescimento projetado de 5,5% em 2023, conforme a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), em suas diversas modalidades. Mas, o carro-chefe ainda é o gado, que representa 8,4% do efetivo nacional desse rebanho.

Dados da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que o município de Corumbá possui o maior número de equinos do país, com 45.184 cabeças, e o segundo maior rebanho de bovinos, totalizando 1.981.843 cabeças. ficou em 14º lugar no ranking nacional de rebanho bovino, com 837.453 cabeças.

Em 2022, experimentou uma queda no efetivo de bovinos (-0,9%), equinos (-0,2%), caprinos (-2,6%) e ovinos (-2,6%), mas houve um crescimento nos rebanhos de bubalinos (búfalos, 0,8%), suínos (6,2%) e galináceos (2,2%).

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Bovinos em MS (Divulgação, Portal MS)

Efetivo de bovinos segue em queda

Contudo, o efetivo de bovinos em Mato Grosso do Sul diminuiu para 18,4 milhões de cabeças em 2022, marcando o sexto ano consecutivo de declínio, com uma redução de 0,9% em relação ao ano anterior. Em todo o país, estima-se que houve um total de 234.352.649 cabeças de gado em 2022, com 18.433.728 delas em Mato Grosso do Sul.

As exportações de carne bovina in natura de Mato Grosso do Sul geraram uma receita de US$ 591,3 milhões e um total de 124,3 mil toneladas exportadas até agosto deste ano – o que representa uma queda de 23,53% na receita e uma diminuição de 10,24% no volume produtivo, em comparação com o mesmo período de 2022.

Recorde no rebanho de suínos

Suinocultura (Divulgação/Famasul)

Com 1,6 milhão de cabeças de suínos contabilizadas em 2022, MS bateu um recorde na série histórica, com aumento de 6,2% na passagem de 2021 para 2022. Com isso, o Estado ganha uma posição e passa Goiás, voltando a ocupar a 6ª posição no ranking entre os Estados.

Entre os municípios de Mato Grosso do Sul, Glória de (246.777 cabeças), Dourados (210.472 cabeças) e (179.547 cabeças) estão entre os trinta maiores criadores de suínos do Brasil.

Até agosto de 2023, a produção foi de 2,12 milhões de animais para abate em MS, alta de 4,85% em relação ao igual período de 2022.

Já as exportações de carne suína in natura sul-mato-grossense totalizaram US$ 28,9 milhões e 12,9 mil toneladas entre janeiro e agosto deste ano. Esses números representaram ganhos de 26,98% na receita e aumento de 26,07% no volume exportado quando comparado aos primeiros oito meses de 2022.

Avicultura segue em crescimento no Estado

Avicultura
Avicultura (Divulgação)

Em todo o Estado, o efetivo de galináceos cresceu 2,2%, passando de 33,3 milhões de cabeças em 2021 para 34,0 milhões em 2022. Com isso, MS concentra o 11º maior efetivo do país. Ao todo, são 5,5 milhões de galinhas e 163,3 mil codornas.

No ano atual, as exportações de carne de frango in natura geraram uma receita de US$ 36,4 milhões e um total de 15,4 mil toneladas exportadas em agosto. No total, a receita alcançou US$ 256,5 milhões e o volume foi de 109,0 mil toneladas nos primeiros oito meses do ano.

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