Com 71 pacientes na fila, prefeitura ainda precisa de documentos e equipamentos para abrir leitos

Município precisa correr contra o tempo enquanto enfrenta surto de doenças respiratórias em crianças e dengue

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santa casa aditivo
Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Nathalia Alcântara – Arquivo Midiamax)

A abertura de dez leitos pediátricos de enfermaria na Santa Casa de Campo Grande depende do documento da Prefeitura da Capital oficializando a contratualização das vagas e da entrega de equipamentos ao hospital, como berços e monitores. Além de médicos pediatras, que estão sendo remanejados pelo município.

As condições para o início dos atendimentos são para atender o chamado da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) que visa contratar leitos da rede privada para desafogar o sistema público de saúde, que entrou em crise com a alta de casos de doenças respiratórias, especialmente em crianças.

De acordo com a assessoria da Santa Casa, o hospital disponibilizou à Prefeitura de Campo Grande o espaço onde funcionava a emergência pediátrica do SUS e que passou, recentemente, por uma reforma finalizada em 17 de março deste ano. Durante a pandemia, o setor foi transferido para o mesmo espaço dos leitos privados para agilizar os atendimentos e ficou vazio nesse período.

Santa Casa tem espaço, mas precisa de equipamentos e médicos

A Santa Casa condicionou a abertura de novos leitos de enfermaria para crianças desde que a Prefeitura contrate dois pediatras e entregue equipamentos como berços, respiradores, monitores e ventiladores respiratórios para casos de emergência.

O custo inicial da diária de cada leito é de R$ 650, porém o valor ainda está em negociação. A contratação dos novos leitos deve ocorrer dentro do contrato já existente com o poder público por meio de um TAC (Termo Aditivo ao Contrato), sem previsão de duração.

Assim, o funcionamento das novas vagas para o setor de pediatria para desafogar o sistema público de saúde depende da Prefeitura de Campo Grande.

Questionada sobre abrir novas vagas mesmo com superlotação, a assessoria da Santa Casa respondeu que atendeu ao chamado do poder público visando dar assistência à população e que o serviço, neste caso, trata-se da cedência de espaço. Além disso, o hospital tem recebido pacientes do SUS em uma quantidade acima da capacidade prevista para cada setor, mesmo sob o risco de desassistência.

Prefeitura estima abertura dos leitos nos próximos dias

Via assessoria de imprensa, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que remanejou médicos pediatras para atuar nos leitos da Santa Casa e está viabilizando os equipamentos. A estimativa é de que até a sexta-feira (14) os leitos estejam prontos para ocupação imediata.

Em relação à formalização do pagamento dos leitos, a Sesau afirma que a contratualização está autorizada pelo município. O pagamento será feito de acordo com o uso e retroativo, conforme os dias e números de leitos utilizados.

Ainda conforme a Sesau, diminuiu o número de pacientes pediátricos aguardando vaga por dia. Ainda assim, a prefeitura segue com chamamento aberto para a contratação de leitos privados.

Abertura de 16 leitos em hospitais públicos

A prefeitura negociou a abertura de 16 novos leitos pediátricos em hospitais públicos, sendo quatro UTIs. A contratação de leitos em hospitais privados esbarra na falta de pediatras. O número, porém, ainda está distante dos 40 novos leitos planejados pela administração municipal.

No Hospital Universitário, são quatro novos leitos pediátricos em enfermaria e dois leitos de UTI para crianças. No Hospital Regional, estão sendo abertos dois leitos de UTI e cinco no Pronto Socorro, com possibilidade de ventilação mecânica, além de três leitos em enfermaria.

Atualmente, Campo Grande tem, em hospitais públicos, 20 crianças internadas em UTIs, com necessidade de ventilação mecânica. Bebês abaixo de um ano são os mais atingidos por doenças respiratórias.

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