Familiares protestam em Campo Grande por melhorias em presídios
Com a visitação suspensa, famílias pedem para poder entrar com alimento para o mês
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Com faixas e pedidos de direitos, familiares de presos protestaram na manhã desta quinta-feira (3) no estacionamento em frente à Governadoria de Mato Grosso do Sul, pedindo melhorias e visitação mais regular nos presídios.
Cerca de 50 pessoas se concentraram no local para fazer um apelo ao poder público. Uma mulher de 36 anos, que preferiu não se identificar, conta que o noivo está preso no Instituto Penal de Campo Grande, como a visitação foi suspensa não consegue levar alimentos para o mês, já que alimentos como arroz e feijão são permitidos para consumo apenas no dia da visita.
Segundo ela, cada unidade disponibiliza um horário para entrega de suplementos nos pavilhões. Após a greve de fome e reunião com a direção da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), conseguiu a permissão de entregar até 2 kg de alimento, produtos de limpeza e higiene.
“Lá o horário para entregar as coisas é das 9h às 15h, mas não pode entregar comida nesse horário. Se for entregar remédio, como dipirona, precisa de receita médica. Pode balada em todos os lugares, só visita no presídio que não”.
Os familiares reclamam que o processo para entregar alimentação é mais rígido, porém, mesmo no período em que a visitação está suspensa por medidas de segurança da covid-19. Com o marido preso na Gameleira, uma mulher de 43 anos disse que o rapaz passou 10 dias na cela separada, a ‘solitária’, por receber uma bolacha de um colega enquanto acontecia uma vistoria.
“Na vistoria das celas eles têm que ficar com as mãos para trás, ele se mexeu para pegar uma bolacha e pegaram ele. Lá vende as coisas, mas o preço é superfaturado”, disse.
A reclamação se estende para outra familiar em que o marido é interno do Presídio de Segurança Máxima. Ela consegue ir às visitas disponíveis a cada 15 dias e leva os itens máximos permitidos de quatro miojos e dois pacotes de bolacha. Ela ainda ressalta que desde o começo da pandemia o filho, de 3 anos, não conseguiu mais visitar o pai. “A última vez que ele viu foi quando ele tinha um ano. Queremos levar arroz e feijão”.
O protesto acontece simultaneamente em outros órgãos do Brasil.
Visitas suspensas
A visitação foi suspensa no dia 29 de janeiro com objetivo de conter a nova onda da Covid-19 e Influenza H3N2, levando em consideração a vulnerabilidade da população carcerária, pelas características arquitetônicas dos estabelecimentos penais, e a necessidade em aplicar medidas mitigadoras para conter o avanço das contaminações entre servidores penitenciários e custodiados no Estado. Segundo a Agepen, a suspensão será até 13 de fevereiro.
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