Em meio à paralisação de 100% dos motoristas do transporte público de Campo Grande, e de anos com grandes tensões entre funcionários e o , ou do último com a Prefeitura, pouco se sabe sobre quem está por trás da empresa, tão presente na vida do campo-grandense, cujo bom funcionamento é vital para mobilidade de 140 mil pessoas.

A resposta é simples, se levada em conta o nome ligado ao CNPJ do Consórcio Guaicurus, que é de Nelson Guenshi Asato, um empresário que atua em vários ramos em Mato Grosso do Sul. Segundo o site Transparência.cc, que lista empresas e CNPJs ligadas a pessoas, o capital social das empresas de Nelson somam cerca de R$ 35 milhões.

Nelson Asato (Foto: Divulgação/TCE-MS)

Delação e possível verdadeiro dono

Uma delação de 2017, revelada em 2019 pelo Midiamax, aponta a possibilidade de o verdadeiro dono ser outro. A possível fraude foi detalhada pelo advogado Sacha Reck, que ajudou os empresários interessados na concessão do transporte público em 2011 e 2012 em Campo Grande.

Sacha prestava assessoria para as empresas de ônibus interessadas em participar da concorrência do transporte coletivo, geralmente da família Constantino, o que foi feito pelas empresas que formariam o Consórcio Guaicurus, em contrato assinado no dia 15 de janeiro de 2011, mais de um ano antes do lançamento do certame em que seriam vencedoras. Toda a narrativa construída pelo advogado na delação atribui à família Constantino a administração do Consórcio.

Na época, uma segunda empresa paranaense teria sido convidada a participar do certame de fachada, apenas para fazer um favor aos Contantinos. De acordo com Reck, os sócios da empresa não cobraram nada para apresentar proposta, fizeram como uma espécie de favor à poderosa família. “É difícil alguém concorrer com a (família) Constantino, independente de onde, como, seja a licitação ou se… se o edital é assim, ou assado”, explica o consultor.

Mas quem são os Constantinos?

Nenê Constantino

Constantino de Oliveira, conhecido como Nenê Constantino, é um empresário brasileiro justamente do setor de transportes. Também é pai de Constantino Jr. e Henrique Constantino.

Juntamente com seus filhos, é dono do Grupo Comporte, composto pelas empresas Expresso União, Viação Piracicabana, Princesa do Norte, Breda, Empresa Cruz, Penha, entre outras. Ele também já foi dono da Gol Linhas Aéreas.

Em 2008, a revista americana Forbes divulgou que a fortuna de Nenê Constantino e sua família era de mais de cinco bilhões de dólares