Mãos profissionais ajudam agricultura familiar e transformam escassez de alimentos em MS

MS enfrenta período de baixa umidade do ar e estiagem

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Agricultura familiar (Foto: Ilustrativa/Arquivo)

Mato Grosso do Sul passa por um longo período de tempo seco e estiagem, o que resulta nas colheitas e produção de alimentos. Há décadas, a agricultura familiar recebe assessoria técnica de agrônomos, consequentemente, a redução da escassez de rentabilidade no campo de pequenos produtores. A categoria comemora, nesta terça-feira (13), o Dia Mundial do Agrônomo.

Para se ter uma ideia, o Estado possui alto desempenho na produção de grãos, carne, fibra, energia, açúcar e madeira, papel e celulose. Há uma ponte entre a pequena produção, o acompanhamento de agrônomos até a chegada no consumidor final. Francisco Renan Dias é presidente da Associação Nova Era, um grupo de agricultores familiares em assentamentos de Campo Grande. Ele conta que pequenos produtores recebem orientações de cultura, manejo e demais conhecimentos de técnicas que auxiliam em resultados.

“Produzo hortaliças, meu forte é produzir alface, cheiro-verde, rabanete. Comercializando para restaurantes, cozinhas industriais, quitandas e para Penai (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Eu agradeço muito o trabalho, sempre tivemos apoio dos profissionais da agronomia, tivemos suporte e assessoria técnica. Hoje temos experiência com a produção graças à orientação desses profissionais, de como adubar a terra, qual tempo de colher. É o conhecimento do agro, o povo estaria passando fome por escassez de produto”.

Do topógrafo ao GPS

Professor do curso de agronomia da UFMS (Universidade Federal de MS) e atuante em Chapadão do Sul, Fábio Baio, consolida a questão de diversificação que o curso dispõe para os acadêmicos. Ele comparada o cenária dos anos 2000, onde m média se formavam cerca de 4,5 mil profissionais por ano, atualmente o número quase triplica para 12 mil em 450 cursos ministrados no Estado.

“O crescimento do mercado está ligado a produção de demanda. Temos vários desafios, um deles como educador que posso citar está associada a Geração Z, uma geração ligada a facilidade no alcance de informações. Às vezes, estamos apresentando algo em sala de aula e o aluno já está pesquisando alguma informação do que estamos falando. Ele traz a necessidade do profissional de ensino estar atualizado nas informações e embasado na área de atuação”.

Houve mudanças que permitem a rapidez no auxílio aos pequenos e grandes produtores. Um dos diretores do CREA-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), Carlos Eduardo Bittencourt, relembra os tempos em que os profissionais ‘desbravavam’ territórios com o topógrafo, ferramenta que realiza mapeamento nas regiões.

“Hoje em dia não há mais o agrônomo intuitivo ou braçal. Me lembro que quando comecei, em 2000, via muitos profissionais e se via muito o cara que andava com o aparelho topógrafo nas costas, chegava no meio do brejo. Hoje é raro encontrar isso, cada vez mais temos ferramentas que nos dão decisões mais confiáveis, em que o engenheiro agrônomo só dá ajustes para resultados mais confiáveis, calibração do material, de GPS e entender os mapas. Hoje não se fala mais de adubação para toda área, é local de precisão, lote específico ou microárea corretiva”, pontua.

Marcos Antônio Ferreira, também do CREA-MS, pontua que o trabalho manual se transformou em agilidade, um exemplo é a pulverização de fertilizantes ou agrotóxicos por meio de drones. “O drone realiza uma pequena área, cerca de 1 km, onde o agrônomo realiza a manutenção do tanque e da bateria. A tecnologia agrega, melhorando e aumentando a produtividade”.

drone no campo
Pulverização por drone (Foto: Ilustrativa/ Pixabay)

Elas no agro

Em um mercado onde a maioria é de homens, Carina Marcondes Queiroz, de 32 anos, compartilha que já enfrentou diversos desafios durante a rotina no agronegócio. Desde criança está envolvida na área, incentivada pela família que também está ligada ao campo. São 11 anos de atuação no interior do Estado.

“Cresci na fazenda, assim como meu pai, meu avô, meu bisavô; todos foram produtores. Essa cultura sempre foi muito grande em casa. Quando era mais nova fiz vestibular para zootecnia e depois mudei para agronomia. Hoje sou feliz fazendo o que faço. Hoje entendo que essa área é muito maior do que eu pensava quando era criança, via dentro da porteira [em casa], depois que sai vi que o agro engloba muita coisa”.

Embora o mercado concorrido e vários formados, ela acredita que há espaço para todos, já que o agro possui várias vertentes e interesses diferentes de cada profissional. É inegável que o conhecimento do ‘agro raiz’ é valioso, mas com a evolução e enriquecimento do setor a tecnologia é uma das principais aliadas.

“O mercado é seletivo, agrônomos que ‘param no tempo’, que não se atualizam acabam ficando para trás. Hoje em dia é exigido bem mais conhecimento em tecnologia, sustentável e geral. É por isso que sempre digo que é mais difícil para o recém-formado conseguir a primeira oportunidade. O período da faculdade é importante para fazer network e conhecer mais onde quer trabalhar”.

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