No Dia Internacional delas, a Casa da Mulher Brasileira, a primeira do país e instalada em , comemorou nesta terça-feira (7) a posse dos membros do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e os sete anos de atendimento pelo apoio as vítimas que sofreram violência doméstica com acolhimento, enfretamento e valorização do público feminino.

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subsecretária Municipal de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini. (Foto: Henrique Arakaki)

A subsecretária Municipal de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, destacou que desde a entrega da inauguração, a casa sofria com a falta da sala do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), entregue em 2020. Vítimas precisam se deslocar até outra unidade da Capital para os exames, o que acabava “perdendo” a continuidade do processo criminal, por exemplo, mulheres que não tinham condições de comprar passagem de ônibus ou não ter com quem deixar os filhos, não retornava. Sendo assim, confirmação e provas também podem se perder no processo pela demora. 

Agora, para a sala de atendimento, o setor aguarda a contração de um médico legista, que deve ser selecionado em breve. Ela entregou placas de moção para delegados, juízes e representantes de comerciantes que auxiliaram no trabalho da Casa.

A juíza Jaqueline Machado, da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, elogiou o trabalho dos funcionários nesses anos. “Ajudaram ao menos uma mulher vítima de violência”. Ela também ressaltou que o poder público evitou o encerramento das atividades, através da implantação de novos serviços destinados à mulher.

“Pessoas precisam entender que o é um ato político, porque através dele chegamos aqui hoje. O movimento agrega o direito das mulheres. Através de outras pudemos ter voz. Também não deve ter rivalidade feminina. Uma mulher que assume um posto de poder e não puxar outras mulheres está produzindo o patriarcado”, disse.

Em discurso, a representante pediu ainda para o apoio também surgisse dos homens, evitando atitudes corrosivas, como piadas sexistas, falas misóginas e críticas às mulheres em grupos de amigos, no WhatsApp.

O prefeito acompanhou a solenidade dando o parabéns a todas presentes. “Sou um prefeito feminista, convoco a se levantarem comigo e brigar por essa causa”.

Atendimentos

A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande já realizou 1.279 atendimentos com retorno e 16.472 encaminhamento aos demais setores que apoiam uma vítima, como o psicossocial, acompanhamento psicossocial continuado, Vara da Violência Doméstica e Familiar, Delegacia da Mulher, Defensoria Pública, Promotoria de Justiça, e Patrulha Maria da Penha, Polícia Militar, Autonomia econômica, brinquedoteca, alojamento e setor de transporte.

Apenas em fevereiro deste ano, foram feitas 427 abordagens da PM às vítimas, 510 encaminhamentos para Defensoria Pública e 4.137 atendimentos psicossociais.