Campo-grandenses mudam hábitos após queda no preço da gasolina: ‘Antes era só moto’

Em junho, o preço da gasolina chegou a bater R$ 7,17 na Capital; agora está até R$ 2,52 mais barata

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
licitação
| FOTO MERAMENTE ILUSTRATIVA: Henrique Arakaki, Midiamax

Com os novos reajustes no preço da gasolina anunciados pela Petrobras, o litro do combustível chega a ser encontrado por R$ 4,65 em Campo Grande. Com os novos valores praticados nas bombas, os hábitos dos moradores também mudaram.

Em junho, o preço da gasolina chegou a bater R$ 7,17 na Capital, mas semanas depois, o anúncio da queda no valor repassado para as refinarias começou a animar os consumidores.

Deixando o carro de lado e optando pela motocicleta no dia a dia, o promotor de vendas Marcelo Faleiros, de 41 anos, voltou a ser mais flexível com o uso do veículo. Inclusive os momentos de lazer foram retomados com a família.

Marcelo Faleiros | Foto: Henrique Arakaki, Midiamax

“Em janeiro eu adquiri uma moto, porque o valor que eu gastava para pagar gasolina no carro, dava para manter o pagamento da moto e encher o tanque. Agora com a gasolina mais barata, voltei a usar o carro aos finais de semana e também para os passeios em família”, comentou.

O mesmo é relatado por Marcos Rodrigues, de 53 anos. O motorista diz que tem carro e moto, mas a moto é o veículo que mais usa por causa do preço da gasolina. “Tenho pouco tempo de lazer, uso mais para trabalhar. Mas agora aos finais de semana uso o carro nas entregas”, disse, relatando que o valor da gasolina tem contribuído para o maior uso do carro.

Antes, Jeová Santos, de 59 anos, evitava longos deslocamentos na cidade justamente para não ‘queimar’ gasolina. Agora, com o cenário melhor, ele aproveita para buscar fazer compra em locais mais distantes em busca de ofertas. “Eu só tenho o carro e para economizar, eu deixei de fazer viagens mais longas na cidade. Agora está dando para andar por mais longe”, comentou, sobre o preço do combustível.

Gasolina mais barata

A nova redução no preço da gasolina foi anunciada no dia 1° de setembro. Na ocasião, os donos de postos avaliaram que o combustível poderia ficar até R$ 0,18 mais barato nas bombas em Mato Grosso do Sul. A gasolina, estava sendo encontrada a R$ 4,79 em Campo Grande e a expectativa era de que poderia custar até R$ 4,61 o litro.

Conforme o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), em dois meses, a gasolina já ficará R$ 0,53 mais barata.

A penúltima queda no preço da gasolina foi em 16 de agosto. Em nota, a Petrobras disse que a redução busca equilibrar os valores praticados com o mercado.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz a estatal em nota.

‘Boom’ das bicicletas elétricas x gasolina

Em março deste ano, quando a gasolina já enfrentava constantes altas, a tendência entre os moradores foi a bicicleta elétrica. Na ocasião, as vendas dispararam e a procura em lojas de Campo Grande cresceu principalmente por quem procurava um meio alternativo que refletisse na mudança financeira.

A reportagem visitou uma loja na Avenida Júlio de Castilho, e o vendedor Helber Willian Helbec disse que a guerra entre a Rússia e Ucrânia iria refletir no valor do combustível, consequentemente, já tinha expectativa do aumento nas vendas.

“Não é uma busca que vem de hoje, mas de dias atrás. Existem pessoas que parcelam no cartão de crédito ou no carnê, à vista é mais difícil, mas a pessoa coloca na balança o fato da economia, temos modelos de 30 km de autonomia, sendo que precisa de uma carga por dia e pode recarregar em casa mesmo”.

Os preços das bikes variam de R$ 4 mil a R$ 5 mil. O gerente Gustavo Gude explicou que até então estava cedo para determinar os termômetros, mas esperam que o setor registre alta. “Tivemos procura, mas nada muito alto, vamos ver nos próximos dias”, disse.

Em outra unidade na Avenida Bandeirantes, Bruno Greffe conseguiu notar o aumento no mesmo dia de alerta da alta no preço da gasolina. Em três meses, o aumento foi de 40%, agora, acredita que o número de bikes vendidas suba mais 20%. Ele já solicitou mais 200 novas bicicletas para repor o estoque.

Inflação caiu com baixa na gasolina

A redução no preço da gasolina impactou na inflação de Campo Grande em agosto. De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado nesta sexta-feira (9), em agosto, a Capital registrou deflação de 0,39%, sendo o segundo mês consecutivo de queda devido à redução do impacto do setor de transporte.

Apesar de seguir alta e impactando diretamente as famílias de renda mais baixa, a inflação apresenta tendência de queda. Entre julho de 2020 e agosto de 2021, a inflação de Campo Grande chegou a 12%, sendo 1,44 pontos percentuais em relação aos doze meses seguintes.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em oito meses de 2022, os itens de vestuários, habitação e alimentos são os que mais pesaram no bolso do campo-grandense. Seguido pelos gastos com educação e saúde e cuidados pessoais.

No Brasil, a inflação também apresenta queda por dois meses seguidos, redução de 0,36% em agosto, após recuo de 0,68% em julho, quando a taxa foi a menor desde o início da pesquisa, em janeiro de 1980. Com isso, a inflação acumula alta de 4,39% no ano e de 8,73% em 12 meses. (Com Agência Brasil)

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados

chuva de meteoros
dengue