Quase um ano lutando na pandemia, Fiocruz pesquisa sobre saúde mental dos profissionais de saúde em MS
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou nesta segunda-feira (8) o início da pesquisa que quer abordar o impacto dos transtornos mentais dos profissionais da saúde que atuam ou aturam no combate da pandemia de coronavírus em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. O objetivo do estudo é possibilitar que as autoridades sanitárias conheçam […]
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A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou nesta segunda-feira (8) o início da pesquisa que quer abordar o impacto dos transtornos mentais dos profissionais da saúde que atuam ou aturam no combate da pandemia de coronavírus em Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
O objetivo do estudo é possibilitar que as autoridades sanitárias conheçam melhor a influência da pandemia na saúde mental dos profissionais da saúde, identificando e monitorando os grupos com maior probabilidade de desenvolver sofrimento mental, assim, disponibilizando apoio psicossocial.
O trabalho será voltado a enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, médicos e dentistas, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz-MS, Débora Dupas e Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília, onde estão, geograficamente, os profissionais que necessitam de maior atenção e estratégias de suporte à saúde mental.
“Sabemos que o processo saúde-doença dos trabalhadores tem relação direta com o seu trabalho, estão condicionados e determinados pelas condições de vida das pessoas e são expressos também pelo modo como vivenciam as condições, os processos e os ambientes em que trabalham. O que poderá refletir negativamente em suas vidas, mesmo após a pandemia, e no cuidado à população, especialmente aos infectados pelo novo coronavírus. Por isso pretendemos fomentar a produção de conhecimentos nesta área”, explicou Débora.
O Estado são profissionais que atuam 12 municípios na linha de fronteira com outros países e a segunda maior população indígena do Brasil. O aeroporto de Campo Grande é considerado o terceiro mais movimentado do Brasil, o que permitiu a circulação de um maior número de pessoas infectadas, vindas de países que já apresentavam transmissão comunitária.
Sobre o estudo
A primeira fase da pesquisa vai medir os estados emocionais negativos de depressão, ansiedade e estresse. As escalas avaliam disforia, desesperança, desvalorização da vida, autodepreciação, falta de interesse ou envolvimento, anedonia, inércia, excitação autonômica, os efeitos do músculo esquelético, a ansiedade situacional e a experiência subjetiva de afeto ansioso, além de dificuldade de relaxar, excitação nervosa, agitação, irritabilidade e impaciência.
Com apoio da Esp/MS (Escola de Saúde Pública Estadual), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), os produtos serão apresentados para o Conas (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).
“Baseados na ciência a serviço da sociedade, com a análise dos dados, pretendemos elucidar um novo caminho para fomentar estratégias no processo de prevenção e reabilitação no âmbito da saúde do trabalhador, ressignificando o tratamento do sofrimento humano para além das estratégias já adotadas, e permitindo um novo olhar sobre o cuidado e a humanização tanto para o gerenciamento da crise sanitária atual como possível contribuição para eventuais crises no futuro”, ressalta Débora.
Clique aqui para saber mais sobre o projeto ou participar do processo.
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