Letalidade de pessoas pardas pela Covid-19 em MS é maior que a média da população, aponta estudo
Em média, de 137,5% da população parda perdeu a vida para doença
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A Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), divulgou, nesta quinta-feira (8), uma nota técnica sobre o estudo de letalidade em fatores raciais. Em parceria com a Cerna (Centro de Recursos Naturais) e Cepegre (Centro de Pesquisa em Estudos de Estudo, Pesquisa e Extensão em Gênero, Raça e Etnia), apontam que pessoas declaradas pardas foram as que mais registraram mortes em decorrência da Covid-19.
O estudo foi baseado nos boletins epidemiológicos da SES (Secretaria Estadual de Saúde), desde a divulgação do primeiro caso, em março de 2020, ao mesmo período deste ano. O documento contou com a colaboração dos professores e doutores Luis Humberto da Cunha Andrade, Junior Reis Silva, Sandro Marcio Lima, Beatriz dos Santos Landa e Cintia dos Santos Diallo e o técnico Jean William de Souza.
O parâmetro também considera dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e de um relatório da ONG Instituto Polis, de São Paulo, que ressalta que homens negros são os que mais morrem com a doença desde o início da pandemia no país, até março de 2021, foram registrados 250 óbitos de negros a cada 100 mil habitantes, enquanto entre os brancos foram 157 mortes a cada 100 mil. O IBGE concluiu que a cada dez pessoas que relatam mais de um sintoma da Covid-19, sete são pretas ou pardas.
“ A letalidade é um parâmetro que, embora seja influenciado pela presente subnotificação de casos e óbitos, ainda é o mais adequado para os gestores acompanharem avanço da pandemia e para se guiarem nas tomadas de decisões, principalmente quando é necessário organizar a população em grupos para o processo de imunização”, relata a nota.
Conforme o levantamento, dos 215.598 casos confirmados no Estado no final do mês de março deste ano, o professor Sandro Marcio Lima explica que letalidade para pardos é de 137,5% maior que a média da população branca no Estado, e a letalidade das pessoas pretas está muito próxima da média em MS.
“Sem qualquer margem de dúvida, que as pessoas pardas foram as que mais perderam suas vidas. Enquanto a letalidade média por COVID-19 no MS foi de 1,98%, para as pessoas pardas que contraíram a doença foi de 2,53%, ligeiramente acima do índice brasileiro registrado até o final de março (2,52%)”, disse.
Um dos fatores que poderia colaborar com a morte das vítimas seria a desigualdade social e econômica em que vive a população negra e periférica. A médica Landa, ainda acrescenta que doenças crônicas, como a diabetes ou hipertensão somam nas causas.
“O que pode causar está maior letalidade é a condição de saúde muito mais precária, apontam alguns estudos. Esta, como não tem o atendimento público de saúde necessário para controlá-las adequadamente, de forma a evitar o agravamento causado por outras enfermidades”, finaliza.
Confira o estudo completo clicando aqui.
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