Risco de contágio por coronavírus gera medo e indignação em condomínio
Esta matéria começa com um aviso: não haverá identificação de nomes ou de locais exatos, seguindo assim o protocolo que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) instituiu para lidar com os casos de coronavírus (Covid-19) em Campo Grande de forma a se evitar pânico. Ao mesmo tempo, porém, o assunto se torna necessário diante do […]
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Esta matéria começa com um aviso: não haverá identificação de nomes ou de locais exatos, seguindo assim o protocolo que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) instituiu para lidar com os casos de coronavírus (Covid-19) em Campo Grande de forma a se evitar pânico. Ao mesmo tempo, porém, o assunto se torna necessário diante do agravamento em caráter nacional –e dos temores locais– da situação por conta do vírus, bem como por se tratar de um tema que, rotineiramente, está chegando à imprensa.
Nesta sexta-feira (8), a redação do Jornal Midiamax recebeu mensagem de um leitor, morador de um condomínio localizado na região urbana do Prosa, afirmando que, entre seus vizinhos, haveria três casos de coronavírus, deixando os demais moradores assustados. Tal fato já foi motivo de denúncia em outros residenciais da cidade, que abrigam desde dezenas a até milhares de moradores –e um deles, de alto padrão, foi um dos epicentros iniciais da Covid-19 na cidade.
“Estávamos com duas moradores e, hoje, apareceu a terceira”, contou o morador. “São 3 casos em 15 dias. Está tudo mundo desesperado. As pessoas querem sair do condomínio”, prosseguiu. Segundo ele, alguns vizinhos alugaram imóveis fora do residencial para tentar fugir do risco de contágio no local, que abriga cerca de 2 mil pessoas em cerca de 800 habitações.
Conforme o relato, apesar de o síndico adotar medidas como a higienização de áreas comuns, falta conscientização a grande parte dos vizinhos. “Deviam usar máscara porque um vai passar para o outro. Aqui é quase uma cidade com 2 mil pessoas em reduto pequeno. Já, já, vai proliferar”, contou. Situações como visitas constantes e alta circulação pelos corredores, assim como falta de uso de proteção individual ou higienização, seriam comuns. “O maior número de pessoas que vai pegar coronavírus vai estar no nosso condomínio. Será o problema mais alarmante daqui”, disse o morador.
A reportagem tentou, sem sucesso, contatar o síndico do local para comentar a situação.
O que fazer
A Sesau informa que a Vigilância Sanitária tem o controle detalhado sobre a localização dos casos de coronavírus em Campo Grande, para que sejam adotadas as medidas de quarentena e acompanhamento de pacientes, quando necessário. No entanto, evita-se dar publicidade a tais locais justamente para conter o pânico –e outras possíveis reações– entre vizinhos e a população em geral.
O próprio “mapa de calor” que mostra a presença dos casos de coronavírus na Capital, disponível no Sisgran (Sistema Municipal de Indicadores de Campo Grande), mostra apenas uma localização aproximada de onde estão os pacientes –as manchas vermelhas, que indicam os que testaram positivo, abrangem áreas com dezenas de imóveis.
O que fazer, então, para evitar o alastramento de casos? Segundo a Sesau, há um misto de ações, que partem da obediência à recomendação de que as medidas de biossegurança sejam seguidas, inclusive nos condomínios –onde a pasta admite, também, haver casos em outros conjuntos de moradias.
Ainda para esses residenciais, a secretaria reforma existirem medidas de biossegurança já previstas em decretos municipais –que incluem, por exemplo, higienização de algumas áreas comuns e o isolamento de outras, a fim de evitar aglomerações. Além disso, alerta que o coronavírus é diferente de vírus como o do sarampo, que é conhecido e conta com vacina, permitindo que o setor de Epidemiologia aja de forma preventiva e atue.
“O que se espera é que todos tenham bom senso e sigam as normativas”, informou a assessoria da pasta. Porém, se não for possível contar com o entendimento de vizinhos, é possível acionar a Ouvidoria e realizar denúncias sobre o descumprimento de decretos, inclusive nos condomínios, por meio do telefone 3314-9955.
Regras desde 1º de maio
Nos condomínios, as medidas proibitivas começaram a ser implementadas no início de março, com o fechamento de áreas como piscinas e quadras. Em 1º de maio, o decreto 14.273/2020 proibiu, por mais 15 dias, o uso de áreas coletivas em mais de 1,2 mil condomínios da cidade –salões de festas, quiosques, churrasqueiras, áreas gourmets, espaços kids, brinquedotecas e saunas tiveram o uso proibido.
Por outro lado, o decreto 14.256/2020, que trata das regras de biossegurança para profissionais de Educação Física, tratou do uso das academias de ginástica, áreas fitness, campos de futebol, quadras e piscinas dos condomínios. Distanciamento social e vetos ao contato físico e compartilhamento de materiais de uso pessoal, limitação a 30% do público nos espaços, higienização, agendamento prévio.
Também por 15 dias, a contar de 1º de maio, estão proibidas reformas e adequação nos condomínios verticais (exceto emergenciais). Áreas de circulação, como garagens, halls, elevadores, corredores e vias de acesso exclusivas ficaram fora do decreto.
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