Mesmo com frio e poucas senhas, trabalhadores ‘peregrinam’ por agências de emprego em Campo Grande
A busca por atendimento presencial nas agências públicas de emprego tem feito trabalhadores peregrinarem entre a Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), a Funtrab (Fundação do Trabalho de MS) e o próprio Ministério do Trabalho, em Campo Grande. Entre os serviços procurados, está o atendimento para liberação do seguro-desemprego. Nas agências, apenas 150 […]
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A busca por atendimento presencial nas agências públicas de emprego tem feito trabalhadores peregrinarem entre a Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), a Funtrab (Fundação do Trabalho de MS) e o próprio Ministério do Trabalho, em Campo Grande.
Entre os serviços procurados, está o atendimento para liberação do seguro-desemprego. Nas agências, apenas 150 senhas são distribuídas por dia. Quem chega depois das 7h já encontra uma fila longa e tem menos chance de conseguir ser atendido.
Na manhã desta quarta-feira (15), havia duas longas filas na Funsat – uma delas, exclusiva para o seguro-desemprego. A outra, para quem procurava vagas de trabalho ou orientação para o auxilio emergencial durante a pandemia do novo coronavírus.
Lá, apenas 20 pessoas na agência por vez. Até às 9h haviam sido entregues 114 senhas das 150 para o seguro-desemprego. Funcionários organizam as filas, marcam o chão com giz para orientar sobre o distanciamento social de 1,5 metros, usam máscaras e distribuem álcool em gel nas mãos de cada um que entra no prédio.
Desempregada, Janete Vilela, de 45 anos, foi uma das que peregrinou pelas agências nesta manhã. Em busca da liberação do seguro-desemprego, ela chegou às 6h30 na Funtrab e as senhas já haviam acabado. “Passei no prédio do Ministério do Trabalho e estava fechado. Cheguei aqui às 8h e peguei a senha 108. Dei sorte”, comentou. O deslocamento até a agência ocorreu, segundo Janete, pela dificuldade de requerer o seguro pelos aplicativos oficiais.
Também na fila em busca do seguro-desemprego, Selma dos Santos, de 39 anos, relatou indignação com a demora. Ela aguardava na área externa do prédio desde às 7h15, quando fazia cerca de 15ºC. “É a segunda vez que venho, porque deu um erro no nome da minha mãe e tive que ir na Receita Federal corrigir. Agora retornei”, disse Selma, que está com a senha 78.
Nesta quarta-feira, Lucas Mascolli, de 26 anos, resolveu enfrentar mais uma vez a fila que, na segunda-feira, o fez desistir do atendimento por estar dobrando o quarteirão. “Hoje cheguei às 6h30 e peguei a senha 77. O problema é a demora, a probabilidade de pegar a doença é maior tanto pelo número de pessoas como por ficar parado”, comenta.
O diretor-presidente da Funsat, Cleiton Franco, conversou com a reportagem e pontuou que a agência tomou todas as medidas exigidas pelos decretos municipais que determinam as medidas de contenção ao coronavírus. Porém, segundo o gestor, o atendimento segue dentro da normalidade.
“São 150 senhas diárias exclusivamente para o seguro-desemprego, mais que isso não conseguiríamos, pois não haveria tempo hábil de atender a todos”, detalha Franco, que alertou sobre o horário de funcionamento: das 8h30 às 13h30.
Ele também apontou que os demais serviços são feitos por outra frente, também na agência, após a triagem feita pelos funcionários e com base na distribuição de senhas na fila que logo cedo se forma. “Cada atendimento demora de 5 a 10 minutos, então a pessoa não precisa ficar na fila. Ela pode estimar quanto tempo vai demorar o atendimento com base na senha dela, não precisa ficar aglomerada”, conclui Franco.
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