Acidente de trem que matou professora em MS será tratado como homicídio culposo
Será tratada inicialmente como homicídio culposo a morte da professora Elida Aparecida Campos, de 44 anos, que morreu após ser atingida durante o descarrilamento de 6 pranchas de um trem que transportava aço em Corumbá, a 444 km de Campo Grande. A informação foi confirmada pelo delegado de polícia responsável pela investigação, William Rodrigues de […]
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Será tratada inicialmente como homicídio culposo a morte da professora Elida Aparecida Campos, de 44 anos, que morreu após ser atingida durante o descarrilamento de 6 pranchas de um trem que transportava aço em Corumbá, a 444 km de Campo Grande.
A informação foi confirmada pelo delegado de polícia responsável pela investigação, William Rodrigues de Oliveira Junior, que também destacou que as investigações deverão apurar o que causou o desengate das pranchas – se foi uma falha humana ou mecânica
Oliveira pontou que esta conclusão, necessária para o seguimento do inquérito, somente será possível após a chegada dos laudos periciais – foram periciados tanto o pátio onde foram feitos os carregamentos, quanto o trecho da linha férrea onde o descarrilamento ocorreu. O laudo necroscópico no corpo de Élida também foi realizado.
O delegado também já descartou que o caso se enquadre em “Perigo de Desastre Ferroviário” e acrescentou que a Polícia Civil já tem conhecimento dos responsáveis pela operação das máquinas no ato do acidente. “Estas pessoas já foram identificadas e já vamos realizar as oitivas”, destacou.
A princípio, a ação penal originada das investigações deverá correr no âmbito da Justiça Estadual, o que também dependerá de quem for considerado responsável pela morte de Élida. Desta forma, é possível, sim, haver federalização do julgamento, caso o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decline da competência. “É uma decisão que não fica a cargo da Polícia Civil”, pontuou.
O acidente
O acidente que culminou na morte de Élida ocorreu na quarta-feira (4), após uma das pranchas (vagões) do trem, que já estava carregada, desengatar na máquina que fazia manobras para carregamento. A prancha pegou velocidade e saiu desgovernada, atingindo o veículo onde estava a vítima, no cruzamento com linha férrea com a Avenida Gaturama com a Rui Barbosa, no Bairro Centro América.
Após a utilização de um desencarcerador, Élida foi levada inconsciente e foi internada em estado grave na Santa Casa da cidade. Com uma severa hemorragia interna, Elida morreu no CTI (Centro de Terapia Intensiva), na noite da quarta-feira.
Em nota, após o acidente, a concessionária Rumo Logística (antiga ALL) afirmou que o maquinário em questão pertence à empresa Ferrovia Oriental (FO) da Bolívia, que as pranchas não estavam atreladas a nenhum trem da Concessionária e que elas “correram do terminal de transbordo de terceiros”.
MPF apura responsabilidade
Pouco antes do acidente, o MPF (Ministério Público Federal) ajuizou ação civil pública contra a concessionária e contra órgãos públicos responsáveis pela antiga malha ferroviária que corta MS.
O MPF cobra da empresa Rumo Logística e de órgãos públicos federais a manutenção e fiscalização das ferrovias existentes em Mato Grosso do Sul, atualmente encontradas em sua maioria “em estado de abandono e de degradação”, conforme consta no documento.
Ao todo, são 38 prédios citados na ação, muitos dos quais constituem parte do acervo histórico e cultural do Estado e se encontram degradados e abandonados, tanto pela ação do homem como pela da natureza.
Na ação, o Ministério Público pede que a Rumo, antiga ALL (América Latina Logística), cumpra seu dever de conservar a via férrea e suas dependências, bem como execute medidas de conservação e manutenção das áreas internas e externas das antigas estações.
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