Estudantes comentam caso de estupro em trote e dizem que jovem ‘merecia’
Áudio de conversa foi divulgado por acadêmica da universidade
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Áudio de conversa foi divulgado por acadêmica da universidade
Áudios de supostos acadêmicos de Engenharia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) vazaram nas redes sociais na última sexta-feira (23). Os estudantes comentam o caso de estupro em um trote universitário e dizem que a estudante merecia.
O áudio mostra a conversa entre quatro acadêmicos, que reclamam do acontecido. Segundo eles, o caso estragou a festa e pode prejudicar a comissão organizadora. “Nada a ver, só porque estava com roupa de homem, a mina fica louca e é estuprada. Merecia agora ser estuprada mesmo”, comentou um deles. De acordo com o Código Penal, fazer apologia a um ato criminoso também é crime. A pena de detenção é de três a seis meses ou multa.
Segundo a acadêmica que divulgou os áudios nas redes sociais, a conversa teria acontecido em um grupo no Whatsapp e o trote foi promovido por acadêmicos da FAEN (Faculdade das Engenharias). No áudio, um dos jovens comenta: “essa guria já deu, menos dado ou mal dado, já deu”. Segundo ele, se não fosse na festa, uma hora iria acontecer e a jovem não teria como escapar.
Machismo na universidade
A estudante que divulgou os áudios conversou com o Jornal Midiamax e terá a identidade preservada. Estudante de Engenharia Mecânica na universidade, ela conta que o machismo está muito presente no ambiente acadêmico e, principalmente, em cursos da área de exatas. “Eu percebi isso quando entrei, no trote recebi uma plaquinha escrito ‘Melancia’. Não entendi e perguntei o que significava, me disseram é porque um cara só não consegue comer sozinho. Ainda completaram dizendo ‘essa placa é dada para a caloura mais gostosa, não precisa se sentir constrangida’”, relembra.
De acordo com a acadêmica, os homens não aceitam que mulheres sejam mais inteligentes na universidade e o assédio acontece em todos os ambientes, não só nas festas. “Não generalizo, então quem não é machista não tem o porquê de se ofender, mas se sentiu ofendido é porque alguma forma de assédio já praticou”, explica. Ela afirma que não teve medo de publicar a denúncia nas redes sociais e espera que os autores sejam identificados o quando antes. Ainda não há informações sobre a autoria dos áudios ou sobre os autores do estupro.
Nesta segunda-feira (26) haverá debate em uma mesa redonda composta por mulheres acadêmicas, docentes e técnicas das Engenharias. De acordo com a estudante, houve um ato na quinta-feira (22) e ações como esta são necessárias para quebrar o paradigma. “Visto que algo do tipo nunca foi realizado nas Engenharias, é preciso debater sempre sobre isso, a instituição precisa ajudar nesse processo”.
Notícias mais lidas agora
- ‘Discoteca a céu aberto’: Bar no Jardim dos Estados vira transtorno para vizinhos
- Carreta atropela mulher em bicicleta elétrica na Rua da Divisão
- Papai Noel dos Correios: a três dias para o fim da campanha, 3 mil cartinhas ainda aguardam adoção
- VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
Últimas Notícias
O que Itaú, Bradesco, Santander, BTG e outros bancos dizem sobre a alta do juro
Alta de 1 ponto porcentual da Selic, para 12,25%
CCJ da Câmara aprova projeto que permite dono de terra usar força própria para expulsar invasor
O placar terminou com 39 votos favoráveis ante 15 contra
Terceiro envolvido em assassinato é preso em Corumbá
No dia do crime, policias militares prenderam duas mulheres envolvidas
Caminhão estraga e interrompe trânsito em rotatória na Via Park
Trânsito ficou interrompido no local
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.