Censo revela aumento de 809% das florestas plantadas em MS
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados preliminares do Censo Agro 2017 nesta quinta-feira (26). Os dados do setor agropecuário de Mato Grosso do Sul apontam que a silvicultura e a cana-de-açúcar tiveram destaque na agricultura do estado. Além disso, o estado tem a quarta maior área de propriedades rurais no país.
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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados preliminares do Censo Agro 2017 nesta quinta-feira (26). Os dados do setor agropecuário de Mato Grosso do Sul apontam que a silvicultura e a cana-de-açúcar tiveram destaque na agricultura do estado. Além disso, o estado tem a quarta maior área de propriedades rurais no país.
O que chama atenção nos dados é o crescimento de 809% da área de matas ou florestas plantadas, com destaque para o eucalipto. A área dos estabelecimentos agropecuários com mata ou floresta plantada aumentou de 104.553 hectares para 950.420 hectares. Além disso, entre os cinco maiores municípios produtores de eucalipto, quatro são do Mato Grosso do Sul: Três Lagoas (1°), Ribas do Rio Pardo (2°), Selvíria (3°) e Brasilândia (5°).
O coordenador técnico do Censo Agropecuário em MS, José Aparecido Albuquerque, ressalta que o aumento da produção de cana-de-açúcar de 350% também é muito importante para o estado. “Tivemos um aumento significativo na área produzida de cana-de-açúcar, de quase 150 mil hectares para 674 mil hectares em 11 anos. Este valor ainda pode aumentar, já que estes dados são preliminares e ainda temos uma usina importante que não respondeu aos questionários”, explica.
As matas ou florestas naturais tiveram uma redução de área de 1,65% e correspondem a 5,9 milhões de hectares. Albuquerque explica que o desmatamento está mais relacionado com ao aumento de lavouras do que ao crescimento de florestas plantadas. “O desmatamento não está muito relacionado com a plantação do eucalipto, por exemplo, porque ele ocorreu no oeste do estado, enquanto as matas de eucalipto ficam ao leste. Podemos relacionar o desmatamento ao surgimento de novas lavouras, como a cana-de-açúcar por exemplo”, diz. A área de lavoura aumentou desde o censo agropecuário de 2006 em MS, tanto para lavouras permanentes (155%), como lavouras temporárias (55%).
Os dados apresentados nesta quinta-feira (26) ainda são preliminares e a coleta dos dados deve terminar até setembro deste ano. O chefe da unidade estadual do IBGE, Mario Alexandre Frazeto, explica que o período de coleta dos dados ocorreu desde 1° de outubro do ano passado até 28 de fevereiro deste ano. “Estes dados são preliminares porque ainda temos uma área do Pantanal para terminar a coleta. Devido às chuvas deste ano, as áreas ficaram alagadas e não conseguimos chegar em muitos locais”, conta.
Quanto ao rebanho, ainda há muito a se analisar, já que a região do Pantanal ainda não foi inteiramente contemplada na pesquisa. Até então, Mato Grosso do Sul tem o terceiro maior rebanho do país, com 18 milhões de cabeças de gado. Corumbá é o município com o maior número de cabeça de gado e se mantém líder no ranking desde o Censo de 2006.
Quarta maior área do país
De 79 municípios em Mato Grosso do Sul, foi feito o levantamento pelo IBGE em 69 cidades. Mato Grosso do Sul tem a quarta maior área em estabelecimentos agropecuários no país e foram visitados 70.710 estabelecimentos durante a coleta de dados. Estabelecimentos agropecuários são considerados aqueles que têm produção agropecuária. Dos estabelecimentos, os locais com até 50 hectares correspondem a 63% em número, mas em área, representam apenas 2%.
O número de terras arrendadas aumentou em 32% em 11 anos, desde o Censo de 2006, enquanto houve uma queda no número de estabelecimentos com terras próprias em 7,3%. Ainda assim, estabelecimentos com terras próprias continuam sendo maioria, com 69,8% em MS.
A área de lavouras permanentes também teve um crescimento significativo desde o último censo, com aumento de 155%. O coordenador técnico do Censo afirma que as seringueiras têm se destacado no estado. “A principal cultura de lavoura permanente atualmente é a seringueira, que está crescendo em área e tem em torno de 18 mil hectares”, diz.
Quanto ao perfil do produtor rural, as mulheres representavam 10,5% dos produtores e em 2017, o número aumentou para 19,4%. Em 7% dos estabelecimentos, os produtores não sabem ler ou escrever. Na maioria das propriedades, o produtor tem pelo menos o chamado ‘primário’, que considera o ensino fundamental até a 5ª série. A maioria dos produtores têm entre 30 e 60 anos, e representam 57,9%.
O uso de agrotóxicos tem se tornado mais popular nas propriedades, com um aumento de 4,9%. O número de tratores aumentou em 39,5% e, ao contrário do que se pensa, o aumento do maquinário não tem influência negativa no emprego. Com mais máquinas, o setor também empregou mais pessoas, com aumento de 18,9%, ou seja, quase 40 mil pessoas empregadas.
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