VÍDEO: agentes penitenciários em estágio passam mal com spray de pimenta

Agepen afirma que alunos pediram a instrução

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Agepen afirma que alunos pediram a instrução

Dois vídeos com duração de quase dois minutos cada encaminhados à redação do Jornal Midiamax exibem cenas de agentes penitenciários, concursados, em processo de preparação para assumirem suas vagas, sendo submetidos a um treinamento que não faz parte da grade curricular da categoria. Os estagiários aparecem dentro de uma sala, no presídio de segurança máxima, em Campo Grande, aflitos, depois de um instrutor espalhar no local, segundo os alunos, um spray de pimenta.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), por meio de sua assessoria de imprensa, suavizou o episódio, contudo prometeu investigar o caso.

No vídeo, afirmam os estagiários, o instrutor propaga no ar também porções de gás lacrimogêneo, substância que irrita a pele, os olhos e também as vias respiratórias.

A maioria dos alunos – em torno de 20, segundo as imagens – não suportam os efeitos do spray e deixam a sala. Antes, um dos alunos deita-se no chão, outros vomitam. Informado ao jornal revela que o treinamento valeria nota conforme a frequência no local. Perderam pontos quem saiu da sala, assegura um dos denunciantes.

A reportagem quis ouvir o Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul, contudo, o presidente da entidade, André Santiago acompanhava uma vistoria feita num presídio, em Dourados, na manhã desta quarta-feira (4), daí não pode se manifestar.

Usando a ferramenta WhatsApp, Santiago escreveu: “estou indo falar com os alunos [estagiários, no caso], estou em Dourados, indo para Campo Grande”. O sindicalista narra ainda que os alunos submetidos a instrução extracurricular sustentam que foram “eles” que pediram a aula.

Isso, se confirmado, contraria outros depoimentos de estagiários que disseram que foram obrigados a participarem da instrução.

 

 

VERSÃO DIFERENTE

Já a assessoria de imprensa da Agepen negou que a instrução com o spray tenha sido incentivada pelos coordenadores dos estagiários.

Antes do manifesto, a assessoria pediu para ver o vídeo e isso foi concordado pela reportagem, que enviou o material via whatsapp.  

Depois, a Agepen emitiu esta nota: “as informações iniciais prestadas pelo diretor da Penitenciária Jair Ferreira de Carvalho [segurança máxima] dão conta de que, a pedido de um grupo de alunos, foi feito um exercício extracurricular, com as portas abertas (como pode ser observado no vídeo apresentado) e sem nenhuma obrigatoriedade de participação, utilizando apenas spray de pimenta.

Ainda de acordo com o comunicado da agência: “não consta que alguém tenha passado mal com o exercício e a Agepen não recebeu nenhuma reclamação por parte dos alunos”.

Pelas imagens do vídeo, o instrutor que aparece espalhando o spray veste um uniforme do GIR, que seria do Grupo de Intervenção Rápida, Contenção, Vigilância e Escola.

A criação do GIR foi anunciada pela Agepen, no ano passado e teria como missão a de enfrentar conflitos dentro dos presídios, tarefa hoje limitada a grupos especializados da Polícia Militar. A Agepen nega esta informação.

“Quem borrifou não é instrutor do GIR, grupo que não existe na estrutura da Agepen, apenas usava sobre o colete a placa de um curso que fez no Estado de Mato Grosso”, cita a nota da agência, que acrescenta: “mesmo assim, a Agepen vai instaurar procedimento para apurar as denúncias aqui apresentadas”.

Também segundo o comunicado da assessoria da Agepen, são 438 novos agentes penitenciários que estão em processo de formação.

Assista ao vídeo.

 

 

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