Sindicato confirma R$ 42 mil mensais para médicos e atribui aos acúmulos

Reportagem identificou ganhos de até R$ 51 mil

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Foto: Arquivo/Midiamax
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Reportagem identificou ganhos de até R$ 51 mil

Os contracheques de até R$ 51 mil dos médicos que prestam serviço na rede municipal de saúde de Campo Grande, publicados pelo Jornal Midiamax nesta quinta-feira, 27, foram rebatidos pelo sindicato da categoria. A entidade defendeu que os ‘supersalários’ tratam-se de remuneração retroativa, mas confirmou que os profissionais podem ganhar até R$ 42 mil mensais. 

O salário base da categoria é de R$ 2.516,72 para expedientes de 12 horas, mas na prática, gratificações e plantões, sempre pagos em fórmulas complicadas e difíceis de verificar, elevam os ganhos médios mensais dos médicos que atuam na Prefeitura de Campo Grande. Em março, por exemplo, a média paga a cada um dos 927 médicos listados no Portal da Transparência ficou em pouco mais de R$ 11,5 mil.

Para o médico Flavio Freitas, presidente do Sinmed (Sindicato dos médicos), o salário de R$ 51,3 mil pago à um profissional no mês de março corresponde aos atrasos da prefeitura, que “paga todo mês errado”, e afirmou que o valor mencionado não condiz com a realidade dos servidores do município.  “Se o médico cumprir os 24 plantões permitidos, somando as gratificações e os vínculos, ele pode ganhar até R$ 42 mil, fora isso não tem outro jeito”, afirmou.

Outra polêmica dos ganhos dos médicos é que eles chegam a ser o dobro do salário do prefeito. A Constituição determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais que o gestor municipal – Marquinhos Trad (PSD) recebe R$ 20,4 mil brutos, mas de acordo com Freitas, a quantia alta é permitida pois não correspondem ao salário base –  que é de R$ 2,5 mil. “O restante são plantões e gratificações, e se tornam um ‘extra’”, justificou. 

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) salienta que “o profissional médico pode ter mais de um vínculo, pois pode atuar como plantonista em unidades 24h e ainda como médico de unidade básica de saúde”. Os dados do Portal da transparência revelam, no entanto, que alguns profissionais possuem mais de uma entrada de recebimento para cada vínculo, o que não foi explicado pela prefeitura.

 

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