Déficit habitacional provoca invasão de áreas e Capital já tem mais de 10 favelas
Para equalizar a situação, cidade precisa de pelo menos 42 mil casas
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Para equalizar a situação, cidade precisa de pelo menos 42 mil casas
Campo Grande tem 42 mil famílias à espera de uma casa popular, inscritos no programa habitacional do município, e a consequência da ausência de políticas de habitação foi o aumento expressivo de moradias improvisadas pela cidade. Para se ter ideia do tamanho do desafio, entre favelas e áreas invadidas, a Capital tem mais de dez domicílios irregulares; foram duas invasões em menos de um mês.
Até o ano de 2010, de acordo com o último levantamento IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram classificadas como favela três regiões da cidade – Vila Nasser (Vila Nossa Senhora Aparecida), Dom Antônio Barbosa, (Cidade de Deus) e Moreninhas (Alta Tensão) -, mas em seis anos, o cenário mudou com as o surgimento de novas ocupações, em praticamente todas as regiões da Capital.
Não há dados oficiais que indiquem que o número de favelas, mas há moradias irregulares instaladas nos bairros Izabel Garden, Jardim Noroeste, Jardim Anache, Bom Retiro, Cidade dos Anjos, entre outros. Os aglomerados subnormais, nome técnico dado pelo IBGE para designar locais como favelas, invasões e comunidades com, no mínimo, 51 domicílios.
Para resolver o problema atual da falta de moradia popular em Campo Grande, a Capital precisaria entregar 115 casas por dia em 12 meses. Levando em consideração a ausência de projetos habitacionais na Capital; o último foi inaugurado em 2015, a conta está longe para ser fechada.
Invasões
Nesta semana, uma área de aproximadamente 15 hectáres no bairro Paulo Coelho Machado foi invadido por 300 pessoas, e no fim do ano passado, outras 150 famílias invadiram um terreno de 18 hectares nas proximidades da Rua dos Cafezais, no bairro Los Angeles, onde funcionou o clube Samambaia, para a construção de um residencial.
Ao todo são 900 pessoas nas duas áreas, em sua maioria famílias que dizem não ter casa própria e estar na fila da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande). Os novos moradores alegam que o terreno foi escolhido porque estava abandonado há vários anos, e servia apenas de esconderijo de bandidos e ‘desova’ de corpos.
A carência por moradias é concentrada principalmente nas famílias que ganham mensalmente até dois salários mínimos, R$ 1,8 mil, que não conseguem ofertas de crédito para adquirir a casa própria e acabam cedendo às ofertas irregulares.
Projetos
Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que, a Emha tem projeto para a construção de 684 unidades habitacionais de apartamentos na região do Anhanduizinho para ser contratado, ou seja, aguardando aporte financeiro do Governo Federal – a espera de recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Em relação a projetos de casas populares, atualmente a prefeitura tem 272 unidades de apartamentos no Jardim Canguru que já tem demanda selecionada, mas que ainda não foram entregues por problemas burocráticos com o Banco do Brasil.
E ainda, há 260 unidades habitacionais do Residencial Rui Pimentel, na avenida dos Cafezais, no Jardim Centro-Oeste que está com 94% da obra executadas. De acordo com o diretor da Emha, Eneas Carvalho, a empreiteira passou por problemas de documentação com a Caixa Econômica e parou a obra, mas adiantou que a questão está sendo analisada pela Caixa e deverá ser solucionada para que haja a finalização, com essa empreiteira, dos restantes 6% das obras.
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