Acusado por nomeada dispensada, diretor de escola nega que pediu ‘nudes’

Ele está sendo ameaçado de morte

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Ele está sendo ameaçado de morte

O diretor de uma escola estadual de Campo Grande veio a público após ser acusado de assédio sexual pela diretora-adjunta. Ela foi dispensada em outubro por “perda de confiabilidade”, já que em julho ela levantou acusação de desvio de recursos. Ele afirma que está sendo ameaçado de morte depois que as acusações foram noticiadas

Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, o diretor da escola e Charles Machado Pedro, seu advogado, relataram sua versão do caso. Em julho, enquanto o diretor estava incomunicável devido a uma viagem, a diretora-adjunta teria forjado uma reunião e criado uma ata contendo acusação de desvio de dinheiro de formatura.

“Inicialmente ela alegou que este teria sido o motivo da dispensa”, explica Charles e acrescenta: “mas ela foi dispensada do cargo por problemas de confiabilidade”.

O advogado afirma que ao chegar de viagem, o diretor tomou ciência da situação e se eximiu da responsabilidade de tomar conta do recurso, prestou conta da quantia e entregou em sua totalidade para o colegiado. “Ela foi em cada professor contratado pedindo assinatura, não houve reunião”, alega.

A seu favor, o diretor diz possuir vários documentos, entre eles as atas de reuniões, inclusive assinadas também pela diretora-adjunta e cartas da presidente do colegiado e da vice-presidente da APM dizendo terem sido coagidas a assinar a ata em que ele é acusado de desvio de dinheiro.

Acusado por nomeada dispensada, diretor de escola nega que pediu 'nudes'

Ele relata que uma reunião foi realizada entre as partes para que pudesse haver um entendimento. A denúncia foi feita em julho, porém em outubro o diretor decidiu dispensar a diretora-adjunta alegando quebra de confiabilidade. “Não deu certo. O princípio da confiabilidade foi rompido. Como você vai trabalhar com uma pessoa que te acusou de roubo?”, questiona ele.

Ele inclusive contra-argumenta o que foi veiculado em algumas publicações em relação a “exoneração” da diretora-adjunta. “Eu não sou responsável por exoneração. É prerrogativa do diretor designar ou dispensar. Quando a escola está sendo prejudicada e não tem andamento legal, pode solicitar a dispensa. Se ela tivesse sido eleita, deveria haver um processo demorado e então a exoneração. Mas ela tinha um cargo de confiança e precisava de confiança para trabalhar”, sustenta o diretor.

Assédio sexual

Charles avalia que seu cliente num primeiro momento não quis se envolver, entretanto após as acusações de assédio ele está reunindo provas e vai entrar com ação por calúnia e difamação contra ela. “Inicialmente ela disse que o motivo da dispensa dela seria a acusação de desvio do dinheiro, mas agora ela está dizendo que ela teria sido dispensada por não ter cedido ao assédio sexual”, argumenta o advogado.

O advogado acredita que para uma acusação tão grave deveria haver algum registro, entretanto não foram encontrados boletins de ocorrência, processo na justiça ou procedimento administrativo na SED (Secretaria Estadual de Educação) por parte da diretora-adjunta. Além disso, “se realmente havia assédio sexual”, prossegue, “por que não denunciou junto com o desvio de dinheiro?”

Além do fato de não haver registro desta acusação pela diretora-adjunta, o diretor alega que após a dispensa ela tentou liminar para voltar ao cargo e questiona: “como você entra na Justiça para voltar a trabalhar no mesmo lugar com seu assediador?”

Segundo o diretor, a diretora-adjunta usou de edição de imagens para montar uma conversa. “Ela pegou palavras, copiou e colou. Foi de uma brincadeira em fevereiro, em que ela começou enviando uma mensagem que dizia: ‘nudes e um copo d’água não se nega pra ninguém’. Essa parte ela copiou, recortou várias conversas que tivemos e montou uma situação, mas as conversas não tem sequência”, alega.

O diretor diz não ter mais as conversas originais, mas pretende, pela Justiça, restaurar as mensagens antigas. “Fiz o BO por estar certo”, defende. Após a acusação de assédio sexual e publicações veiculadas em jornais e no Facebook, o diretor está recebendo ameaças de morte e passa por problemas em seu casamento.

A reportagem entrou em contato com a SED e aguarda posicionamento e informações sobre denúncias e procedimentos administrativos referentes ao caso.

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