Por preconceito, maioria contrata pessoas com deficiência apenas para garantir cotas
Segundo pesquisa, 67% dos empregadores são resistentes em contratar deficientes
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Segundo pesquisa, 67% dos empregadores são resistentes em contratar deficientes
Segundo o último Censo do IBGE, de 2010, a população deficiente no Brasil soma 23,92% do total de brasileiros. Mesmo assim, o grupo enfrenta sérias dificuldades ao ingressar no mercado de trabalho, por conta do preconceito. Segundo informações da Agência Brasil, 67% dos gestores e empresários têm resistência em contratar profissionais com algum tipo de deficiência.
Os dados são resultado da pesquisa Expectativas e Percepções sobre a Inclusão de Pessoas com Deficiência no Marcado de Trabalho, feita em 2015 pela i.Social, em parceria com a Catho e com a ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos). Ao total, foram ouvidos 1.519 profissionais de Recursos Humanos para responderem à pesquisa.
Também foi constatado que a grande maioria (86%) dos empregadores só contrata funcionários com necessidades especiais para atender a Lei de Cotas. Dos entrevistados, 35% relataram nunca sequer ter entrevistado um candidato com deficiência. Segundo a lei, toda empresa que tiver mais de 100 empregados deve contratar de 2% a 5% de pessoas com deficiência, dependendo do número total de funcionários.
Ingressar no mercado de trabalho não é o único problema. Uma vez empregado, a intolerância continua. Dentre os profissionais do RH entrevistados na pesquisa, 60% acreditam que as pessoas com deficiência sofrem preconceito no ambiente de trabalho, seja por colegas, gestores ou clientes.
Incentivos – Segundo a diretora de Diversidade da ABRH, Georgete Lemos, falta aos empregadores perceberem que há um retorno favorável da população às empresas socialmente responsáveis. A diretora também acredita que é necessária uma fiscalização efetiva da Lei de Cotas, além de mais incentivos à contratação de pessoas com deficiência.
Ela cita como exemplo a Estatuto da Pessoa com Deficiência, sancionado pela presidenta Dilma Rousseff em 2015, que estabelece como critério de desempate em licitações públicas o fato de a empresa ter um programa de inclusão de pessoas com deficiência. A nova legislação garante condições de acesso à educação e à saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população.
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