Pais protestam por falta de estrutura e água imprópria para consumo em escola rural
Secretaria de educação teria dito para professores não se meterem nos problemas
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Secretaria de educação teria dito para professores não se meterem nos problemas
Pais e alunos da Escola Municipal Leovegildo de Melo, localizada no km 309 da BR-262, na Fazenda São Miguel, na zona rural de Campo Grande, protestam desde o início da manhã desta segunda-feira (20) contra as condições estruturais da escola e falta de água potável para as crianças.
Presidente da APM (Associação de Pais e Mestres), Raul Nunes Malheiros, revela que o problema se arrasta há várias gestões. “Há muito tempo a escola está abandonada e com estrutura precária. Não é de hoje que passamos por esses problemas”, critica.
Ele explica que uma das reclamações mais imediata é a falta de água potável para as crianças. Segundo ele, um laudo feito em novembro do ano passado, prova que a água está contaminada. E até o momento não houve providências a respeito da situação. A água do local é de poço, não é distribuída pela concessionária.
Outros pontos de reclamação é a falta de quadra para as crianças brincarem, a estrutura das paredes que está toda rachada, fios elétricos expostos, falta de ventiladores, apenas um banheiro para atender os 200 alunos, falta de iluminação e vidros das janelas quebrados, pondo os alunos em risco.
Eliane Santana, mãe de aluno da escola, reclama ainda da falta de alimentos. Ela diz que que nesta segunda-feira as crianças haviam comida até às 9 horas apenas três bolachas de água e sal. “Eles saem de madrugada para vir para o colégio. Se não têm condições é melhor fechar a escola até que resolvam os problemas”, critica.
Neide Aparecida, que tem um filho de 11 anos na escola, diz o garoto deu entrada no hospital com mancha no pulmão e desidratado. Ela credita o problema à água tomada no colégio. “pelo menos duas vezes ao ano acontece isso. Ele fica com sintomas do cólera. Essa água está acabando com as crianças”, diz.
Para o presidente da APM, a solução é construir outra unidade escolar na região. Ele diz que os assentados estão dispostos a doar um terreno, mas a prefeitura não apresenta projeto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para formalizar o trâmite. “Temos 19 ha, próximo ao assentamento, estamos disposto a doar o terreno para a construção de uma nova escola, mas o Incra espera projeto da prefeitura que nunca chega”, critica.
Uma mãe, que não quis ser identificada, afirma ainda ter uma gravação da secretaria municipal de educação Leila Cardoso Machado dizendo para os professores não se meterem na história, para defenderem o deles.
Para ela, os professores estariam inertes a situação devido à recomendação da secretaria. “os professores ganham bem mais para trabalhar aqui. Ganham por 40 horas e mais 50% por ser escola agrícola. È um cabide de emprego que ninguém quer largar”, reverbera.
O jornal entrou em contato com a assessoria da prefeitura e expôs as reclamações. A assessoria ficou de verificar a situação e responder.
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