Moradores falam de tensão no último dia para deixar favela no Noroeste

Prazo para desocupação vence nesta quinta-feira

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Prazo para desocupação vence nesta quinta-feira

Tensão e aflição são as palavras usadas para definir o clima entre 93 famílias que moram em uma área invadida no Jardim Noroeste, na região leste de Campo Grande. Esta quinta-feira (7), é o último dia para que eles deixem o local. 

A dona de casa  Carmem da Silva, de 53 anos, que mora com o marido há 13 anos no local, diz que os moradores estão preocupados com o que pode acontecer, considerando a possibilidade de terem de deixar as casas a qualquer momento. 

“Estamos tensos, apreensivos, aflitos. Vamos esperar porque não sabemos o que pode acontecer. Estamos todos no suspense. O prefeito, o diretor-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) e nem o Direitos Humanos, nenhum deles deu algum posicionamento. Estamos todos na tensão, afinal, são 93 famílias. Estamos confiando em Deus”, ressalta.

De acordo com a moradora, nessa quarta-feira (6), eles foram informados de uma ordem judicial que os impede de realizar manifestações em rodovias, como fizeram em outras ocasiões. “Nunca vi isso. Um país que vive na democracia, mas nós não podemos protestar porque o juiz disse que se fizermos isso, cada morador será multado em R$ 200,00”, observa.

Carmem explica que os moradores estão se dividindo para que se mantenham informados a respeito da ordem de reintegração. “Estamos nos desdobrando. Uns vão trabalhar e outros ficam em casa para saber o que está acontecendo e avisar quem foi trabalhar. Revezamos todos os dias”, frisa.

Reintegração –

No dia 5 de maio os moradores foram surpreendidos por um oficial de Justiça que anunciou a ordem de retirada das famílias. A ação foi movida pela Energisa, que é dona do local onde as famílias residem. 

A concessionária diz que os moradores ocupam faixa de servidão de Linha de Transmissão, ou seja, estruturas energizadas de alta tensão e que, além do risco de acidentes fatais, a população pode ter o fornecimento de energia comprometido em caso de ocorrências na linha.

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