Falta acessibilidade em praças, mas sobra má educação
Vaga reservadas são usadas por quem não precisa
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Vaga reservadas são usadas por quem não precisa
As praças da Capital deixam muito a desejar quando se fala de acessibilidade, mas o desrespeito por parte das pessoas ainda é o que mais incomoda deficientes visuais e físicos. Carrinhos de lanche nas calçadas, carros estacionados em vagas reservadas, nos rebaixamentos de calçadas são ainda pontos fortes no comportamento das pessoas, e atrapalham muito quem precisa.
Outro ponto que não favorece quem precisa da acessibilidade são as estruturas mal feitas. Piso tátil colocado de maneira errada, rampas com um grau de inclinação que ao invés de ajudar, atrapalha. “As pessoas fazem as adaptações apenas para não serem multadas, mas não consultam um especialista para realizarem o serviço e por isso acabam ficando fora dos padrões”, diz Márcio Ramos, presidente do ISMAC (Instituto Sul Mato Grossense para Cegos Florivaldo Vargas).
“Eles não chamam a gente para discutir sobre acessibilidade e nós somos os maiores interessados. O poder público deveria chamar representantes dos cegos, dos cadeirantes, dos surdos, enfim de todas as pessoa que precisam para que as adaptações sejam feitas de maneira eficiente”, completa.
Márcio ainda ressalta que o deficiente quer ter autonomia e independência para poder caminhar e realizar suas rotinas diárias. “Eu tenho um filho, queria ter a liberdade de levar ele em uma praça, eu só vou porque ele enxerga, mas quando sozinho eu não me arrisco. As pessoas precisam entender que o deficiente tem uma rotina, estuda, trabalha, tem família, quer passear. O governo pensa que a gente só vem para o Instituto. Nós temos uma vida e queremos ser independentes”, concluiu.
Para Maria Alice Furrer, do blog Acessibilidade na Prática, a estrutura errada mais atrapalha do que ajuda, e o desrespeito da população é a principal fonte de reclamações. “O problema das adaptações é que elas são mal feitas e acabam prejudicando na hora de fazer uso. Falta empenho do poder público e dos órgãos envolvidos. Mas a principal reclamação é o desrespeito. As vagas reservadas por exemplo, as pessoas usam indiscriminadamente e quando são advertidas elas se colocam como vitimas injustiçadas, quando não são. Olhares discriminatórios também fazem com que qualquer estrutura se torne inacessível”, afirma.
Estrutura das praças
Quando se fala de estrutura, os lugares identificados como os ‘piores’ pela falta de acessibilidade são o Horto Florestal e o Parque das Nações. O Horto Florestal não tem em toda sua volta um rebaixamento de calçada, não existe piso tátil na calçada onde ainda existem obstáculos como árvores.
O acesso ao parque é dificil também para o deficiente que precisa atravessar a avenida Ernesto Geisel. O Parque nas Nações Indígenas que carece de estrutura para quem precisa de alguns recursos como corrimão e piso tátil. A praça esportiva Belmar Fidalgo possui rebaixamento na calçada mas a rampa que dá acesso ao interior da praça fica distante.
A praça Ary Coelho foi citada pelo presidente do ISMAC como a melhor no quesito acessibilidade, mas só existe piso tátil pelo lado de fora e o acesso ao parquinho não tem facilidade nenhuma. A praça Cuiabá possui um rebaixamento de calçada em todo o entorno da praça e não existe o piso tátil.
Prefeitura
A Prefeitura foi procurada pelo Jornal Midiamax mas até o término da matéria não deu retorno.
(Sob supervisão de Marta Ferreira)
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