Conselho dos Tribunais de Justiça elabora a Carta de Campo Grande

106º Encontro do Conselho

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106º Encontro do Conselho

Desde ontem (3), o Poder Judiciário de MS está sediando o 106º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça. Na solenidade de abertura, o presidente do Conselho, Des. Pedro Carlos Bittencourt Marcondes (TJMG), ressaltou que este é o primeiro encontro sob sua presidência e lembrou que participação é pressuposto da democracia e implica diálogo, mobilização, representatividade.
 
“O conselho faz com que nossa voz seja unificada, para que possamos mostrar nossos pleitos, nossas dificuldades junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa é a finalidade: ter um discurso unificado dos Tribunais de Justiça dos estados para com o órgão que dita as políticas públicas do judiciário, que é o CNJ”. 
 
Ele explicou que os principais desafios da justiça estadual, nos dias atuais, são a falta de recursos, o aumento da demanda, a necessidade de contratação de mais pessoal (muito difícil em razão da queda de receita corrente líquida em todos os estados e que impacta diretamente os tribunais) e procurar mecanismos para se fazer mais com menos.
 
“Não pode gastar acima de 5,62 da corrente líquida dos estados e, com a queda de ICMS, de outros tributos e endividamento dos estados, essa margem é reduzida e isso impede a nomeação de mais juízes, mais servidores,enquanto temos um aumento significativo de processos. Nosso desafio é fazer mais com menos e, para isso, investimos em processamento judicial eletrônico, mediação, conciliação: formas alternativas de prestar jurisdição, diminuindo os custo que os tribunais possuem”. 
 
O Des. João Maria Lós, presidente do TJMS e anfitrião do encontro, ressaltou que o objetivo dessas reuniões de presidentes de tribunais é fortalecer a justiça dos estados, que representa 80% da justiça no Brasil, e não tem a repercussão nem a representatividade que deveria em âmbito nacional. Assim, a importância da reunião, inclusive com a presença do vice-presidente da República, da Corregedora Nacional de Justiça, de conselheiros do CNJ, para que se perceba a força e a necessidade de maior representatividade da justiça estaduais.
 
“Nessas reuniões, estabelecemos debates entre nós, trocamos experiências bem sucedidas para que possamos uniformizar o comportamento e a conduta dos processos em todos os estados. MS é um dos estados mais avançados tecnologicamente e nossa estrutura de tecnologia hoje que é exemplo em todo o Brasil, motivo de prêmios no CNJ – exatamente por esse avanço, essa tenologia”, explicou o Des. Lós.
 
Na manhã desta sexta-feira, os presidentes de tribunais ouviram o pronunciamento do vice-presidente do Brasil, Michel Temer; a palestra Escritório Digital, com o conselheiro Carlos Augusto de Barros Levenhagen (CNJ) e com Bráulio Gabriel Gusmão, juiz auxiliar da Presidência do CNJ. Os trabalhos da manhã terminaram com a ministra Nancy Andrighi (STJ) falando sobre Competência delegada da Justiça Federal.
 
À tarde, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juiz João Ricardo dos Santos Costa, falou sobre a justiça eleitoral, os presidentes discutiram assuntos internos e elaboraram a Carta de Campo Grande, encerrando o Encontro.
 
Confira abaixo a íntegra da Carta de Campo Grande. 
 
106º ENCONTRO DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA
Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul
 
O CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA, reunido na cidade de Campo Grande (MS), ao final do 106º Encontro, no período de 03 e 04 de março de 2016, divulga, para conhecimento público, as seguintes conclusões, aprovadas por unanimidade:
 
1) REITERAR, enfática e veementemente, a posição do Conselho contrária às propostas de alteração na composição da Justiça Eleitoral, que, organizada e ramificada pela Magistratura Estadual, desfruta de grande credibilidade, sendo amplamente reconhecida por sua eficiência e celeridade, pugnando pelo arquivamento, de plano, de tais proposições;
 
2) REPUDIAR o descumprimento do artigo 168 da Constituição da República pelo Poder Executivo de alguns Estados, ao não repassar os duodécimos na data limite, dia 20 de cada mês, de forma integral para o Poder Judiciário;
 
3) MANIFESTAR posição contrária ao Projeto de Lei nº 3.123/2015, de iniciativa do Poder Executivo, que contém propostas ofensivas à Constituição da República, desrespeitando a autonomia dos Poderes e o Pacto Federativo;
 
4) REIVINDICAR o repasse de recursos da União para fazer frente aos custos efetivados pela Justiça Estadual no exercício da jurisdição de competência delegada;
 
5) COMPARTILHAR soluções para o enfrentamento da crise econômica e suas repercussões no orçamento dos Tribunais Estaduais, tais como investimento na mediação e conciliação, expansão do Processo Judicial Eletrônico, implantação do trabalho à distância e realocação para melhor aproveitamento de seus servidores.
 
Campo Grande (MS), 04 de março de 2016.
 
 
Desembargador PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES 
Presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
 
Desembargador JOÃO MARIA LÓS
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul
 
Desembargadora MARIA DO SOCORRO BARRETO SANTIAGO
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia  
 
Desembargador LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
 
Desembargador CLEONES CARVALHO CUNHA
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
 
Desembargador CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará
 
Desembargador ADALBERTO DE OLIVEIRA MELO
1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
 
Desembargador PAULO DIMAS DE BELLIS MASCARETTI 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
 
Desembargador PAULO DA CUNHA
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso 
 
Desembargador LUIZ FELIPE SILVEIRA DIFINI 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
 
Desembargador MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba
 
Desembargador ANNIBAL DE REZENDE LIMA
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo
 
Desembargador RAIMUNDO EUFRÁSIO ALVES FILHO
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí
 
Desembargador CLAUDIO MANOEL DE AMORIM SANTOS
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
 
Desembargador JOSÉ ANTÔNIO TORRES MARQUES 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
 
Desembargador WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas
 
Desembargador LUIZ ANTÔNIO ARAÚJO MENDONÇA
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe
 
Desembargadora MARIA DAS GRAÇAS PESSOA FIGUEIREDO
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
 
Desembargador PAULO ROBERTO VASCONCELOS 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
 
Desembargadora MARIA CEZARINETE DE SOUZA ANGELIM 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Acre
 
Desembargador ISAÍAS FONSECA MORAES
 Vice – Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia
 
Desembargadora SUELI PEREIRA PINI
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá
 
Desembargadora TÂNIA MARIA VASCONCELOS DIAS DE SOUZA CRUZ
Representando o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima
 
Desembargador RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Tocantins
 
Desembargador JOSÉ AQUINO FLÔRES DE CAMARGO
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul 
Membro da Comissão Executiva
 
Desembargador JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES
Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas 
Membro da Comissão Executiva
 

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