Internado há 6 dias em posto de saúde, idoso ‘espera sentado’ vaga em hospital
Com suspeita de pneumonia, ele depende de respirador
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Com suspeita de pneumonia, ele depende de respirador
Idoso aguarda vaga em hospital para ser transferido do posto de saúde do Moreninhas (Foto: via WhatsApp)
Internado há 6 dias no CRS (Centro Regional de Saúde) Dr. Marcilio de Oliveira Lima, na Moreninha III, Manoel Francisco da Paz, de 70 anos, espera vaga em hospital de Campo Grande. Neste sexta-feira (20), ele conseguiu uma vaga na Hospital Rosa Pedrossiam, mas não tinha ambulância para a transferência. Literalmente ‘sentado’, única maneira de diminuir a falta de ar, o idoso aguarda a vaga.
“Meu sogro perdeu a vaga no hospital porque não tinha ambulância. Isso é um absurdo. Todo posto de saúde tem que ter ambulância, a daqui sumiu ontem. Agora, tem ambulância, mas nos disseram que não tem vaga nos hospitais da cidade”, disse a nora, Paula Gomes. Na sala de emergência, onde Manoel está, cabem duas macas, e, segundo Paula, já atenderam até 5 pessoas ao mesmo tempo.
O esposo de Paula, Adeildo Francisco da Paz, de 48 anos, é filho de Manoel, e não aguenta mais a situação do pai. “A gente pressiona o pessoal, mas até agora nada. Dizem que não tem o que fazer. Parece que até abrem vaga, mas chega gente morrendo, aí passa na frente”, cita.
Segundo ele, o idoso procurou semana passada o posto de saúde, antes de ser internado, se queixando de dores. “Os médicos falaram que ele está com pneumonia, mas não foi feito exames ou raio-x para descobrir ao certo”, afirmou Adeildo.
Paula disse que os médicos e enfermeiros estão fazendo “o possível” para atender Manoel. “A taxa de glicose dele está subindo. Os médicos disseram que ele tem ser transferido. Tem que arrumar um hospital porque aqui não tem como, e a gente não tem dinheiro para pagar”, explica.
De acordo com a nora, os médicos ‘aconselharam’ a família a acionar o MPE (Ministério Público Estadual) para conseguir a vaga. Adeildo procurou a defensoria, mas, segundo ele, ainda não teve resposta.
No dia 19, a Prefeitura de Campo Grande foi questionada se é normal uma internação longa em um CRS. Por meio de nota, foi informado que “é uma solução paliativa até que seja liberada uma vaga hospitalar no Rosa Pedrossian, do Governo do Estado ou na Santa Casa”.
O problema é que ontem a Santa Casa de Campo Grande encaminhou nota a Imprensa dizendo que entra em estado crítico devido à falta de medicamentos e materiais hospitalares. A explicação é uma dívida da Prefeitura que soma mais de R$ 15,6 milhões.
Conforme o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, a situação piorou por falta de um depósito de R$ 3 milhões referente aos repasses de novembro. Com isso, os fornecedores suspenderam a entrega dos medicamentos e de produtos para higienização.
Enquanto isso, a família aguarda a transferência do idoso em frente ao posto de saúde. “A que ponto chegou a saúde na cidade?”, questiona Adeildo.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Prefeitura e a assessoria do Governo do Estado, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.
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