Governo diz que já comprou remédio para envolvida na Máfia do Câncer
Betina Siufi, ré em duas ações, está com a doença
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Betina Siufi, ré em duas ações, está com a doença
A PGE (Procuradoria Geral do Estado) confirmou hoje que está em processo de aquisição do medicamento para tratamento de câncer Afatinib, para cumprir a decisão judicial determinando o fornecimento do produto à administradora Betina Siufi Hilgert, de 36 anos, ré em dois processos originados da Operação Sangue Frio, que investigou o escândalo de desvio de dinheiro do Hospital do Câncer Doutor Alfredo Abrão, em 2013.
Betina trava, desde julho deste ano, batalha na Justiça Estadual de Mato Grosso do Sul para conseguir que o governo do Estado forneça a ela o medicamento, para combater um câncer agressivo no pulmão, diagnosticado seis meses depois da investigação ser deflagrada. Betina era administradora do hospital e seu pai, o médico Adalberto Siufi, era o diretor-geral do hospital.
A determinação para que o medicamento seja fornecida foi dada pelo Tribunal de Justiça em setembro. A PGE recorreu para não fornecer o item, argumentando que Betina tem dois planos de saúde e eles deveriam bancar o tratamento. Mas como a decisão foi mantida, a compra está sendo providenciada. O custo mensal é de R$ 30 mil.
De acordo com a informação repassada pela PGE, o remédio vem da Europa, de um país não especificado. Segundo a explicação dada ao Jornal Midiamax, o fornecedor tem de 25 a 30 dias úteis para entregar o medicamento, contando da data em que foi feito o pagamento, 13 de novembro. O produto é do laboratorio alemão Boehringer Ingelheim.
O processo de importação, nesse caso, é um pouco mais complexo por causa da não existência de registro do produto na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com a Procuradoria, a informação obtida é que a mercadoria foi embarcada no dia 3 de dezembro.
Porém, não há uma data oficial para a chegada a Campo Grande, “uma vez que é importado e não tem registro na Anvisa. Assim, depende de questões alfandegárias”, informa a assessoria de imprensa do governo do Estado. “Além disso, o remédio desembarca primeiro em São Paulo antes de vir para o |Estado”, ressalva o texto.
Denúncia
Betina ficou conhecida na época em que a Operação Sangue Frio foi realizada por causa de uma gravação em que ela, por telefone, orienta um funcionário sobre a prescrição de um antifúngico a um doente internado no CTI, e diz que não é para acatar o pedido do médico. “É caro pra cacete esse negócio. Nem f…, desculpa o termo, tá?”, afirma a administradora na transcrição amplamente divulgada à época.
Betina é ré em duas ações na Justiça Federal: uma criminal, junto com mais 5 pessoas, que pede a devolução de R$ 27 milhões em prejuízos sofridos pelo hospital, e outra por improbidade administrativa, na qual seus bens e do pai, e de outros dois ex-diretores do Hospital do Câncer foram bloqueados. O valor chega a R$ 51 milhões.
Ao pedir para a justiça que o Estado banque o medicamento contra o câncer, os advogados de Betina alegaram que ela não tem condições de comprar a medicação por estar sem poder trabalhar, em razão da enfermidade, e também em razão dos bens bloqueados.
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