Dois anos após morte na Buriti, ministro promete punição rigorosa

Inquérito está sob segredo de Justiça

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Inquérito está sob segredo de Justiça

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, garantiu que o culpado ou culpados pela morte do índio Valnildo Fernandes Vilhalva, de 22 anos, mais conhecido como Semião. O assassinato ocorreu no último sábado (29) em Antônio João na área em que há conflito entre ruralistas e indígenas. Ele mencionou, ainda, Oziel Gabriel, de 36 anos, que morreu em maio de 2013 durante conflito na Fazenda Buriti, em Sidrolândia. Ambos os casos viraram inquérito policial e estão sob segredo de Justiça.

“Essas investigações não são fáceis, pelos fatos e circunstâncias. Mas a Polícia Federal está agindo. Os dois casos estão em curso. Já pedimos que tudo seja feito com maior agilidade e o responsável ou os responsáveis serão punidos rigorosamente”, disse. Ele acrescentou que a penalidade será aplicada independentemente de da classe social ou econômica do criminoso.

Mesmo o primeiro caso citado esteja ainda sem solução, o ministro diz acreditar que em breve os crimes serão solucionados e teceu elogios à Polícia Federal. “É uma das polícias mais eficientes e capacitadas do mundo. 80% dos casos são resolvidos, mas existem os 20% que ficam sem elucidação”.

Os assassinatos ocorreram em situações semelhantes conforme relatos dos índios. Oziel estava na aldeia num dia de confronto lutando pelo espaço dos Terenas, que ocupam a região de Sidrolândia. Após sinalização de desapropriação de terras por parte do governo federal, proprietários de terra da região montaram esquema de segurança para evitar que os índios avançassem sobre as propriedades. Neste conflito, Oziel foi atingido por uma bala e morreu pouco depois.

De acordo com indígenas, Semião foi morto durante confronto com fazendeiros, mas a versão é contestada pelos produtores com palavra do deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM). Pelo Facebook o parlamentar alegou que “ouviu-se um tiro numa mata a 800 metros e dez minutos depois os índios trouxeram um corpo que diziam ter sido alvejado. Me coloquei como médico e fui até o local. O cadáver de um homem já em rigidez cadavérica foi jogado na estrada”.

Casos antigos sem solução – Segundo informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), em 1983 Marçal de Souza – símbolo da luta indígena pela terra – foi assassinado. Depois em abril do ano de 2000 morreu Dom Quitito e, cinco anos mais tarde, Dorvalino Rocha perdeu a vida. Em 2012, Hamilton Lopes.

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