Disputa por terra entre indígenas e fazendeiros esvazia comércios em Antônio João

Ruas e comércios ficaram desertos neste domingo

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Ruas e comércios ficaram desertos neste domingo

Boatos sobre os conflitos que começaram há nove dias, entre fazendeiros e indígenas, deixaram as ruas e comércios desertos neste domingo (30), em Antônio João, distante 402 quilômetros de Campo Grande, na região sul do Estado. Uma rádio local teria anunciado que os índios estavam comprando combustível para atear fogo nas casas.

Segundo a comerciante, Leutina Dias de Oliveira, de 48 anos, sócia de um restaurante, localizado na entrada do município, em situações normais o movimento é intenso, no entanto, neste domingo, a quantidade de clientes caiu de forma significativa.

“Hoje tivemos apenas três mesas ocupadas no restaurante. Dá para notar que não tem nem carros nas ruas. Como é uma cidade pequena, os boatos se espalham muito rápido e ontem começaram a dizer na rádio que tinha índio comprando gasolina para tacar fogo nas casas. Muitos moradores ficaram com medo”, explica.

O dono de uma padaria, que preferiu não se identificar, também acredita que o movimento nas ruas e comércios tenha sido reduzido por conta do conflito. Os fazendeiros não saem das fazendas com medo de os índios retomarem as terras e os indígenas não saem para os fazendeiros não retornarem para as propriedades. Assim ninguém vem para a cidade, mas estamos tranquilos por aqui”, afirma.

Sobre os boatos de supostos ataques, os comerciantes disseram que a informação foi desmentida por autoridades policiais. A cidade está aparentemente tranquila, no entanto, a tensão entre os indígenas e fazendeiros continua. Durante confronto, o indígena Valnildo Fernandes Vilhalva, de 24 anos, acabou morto.

O DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e a Força Nacional estão no local, apesar de não haver mais conflito. Eles se recusam a falar com a imprensa, mas a informação oficial é de que eles estariam protegendo os índios.

A Funai, segundo os índios, também não compareceu ao local. Eles fazem apelo para que a população leve alimentos à sede da Funai, para que eles sejam repassados às crianças.

 

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