Anistia Internacional repudia assassinato de indígena em confronto com fazendeiros

Índio morreu em Antônio João

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Índio morreu em Antônio João

A Anistia Internacional manifestou preocupação com o confronto entre indígenas e fazendeiros, que deixou um índio morto, em Antônio João, a 402 quilômetros de Campo Grande. Em nota divulgada na última segunda-feira (31), a entidade diz que “se soma a organizações no Mato Grosso do Sul e aos demais povos indígenas que se encontram mobilizados, não só no Estado, para apelar às autoridades que tomem iniciativas pela suspensão imediata da violência contra os Guarani-Kaiowá e pela investigação célere e independente do caso”.

Na nota, a Anistia Internacional explica que Ñanderú Marangatú é uma terra indígena tradicional guarani-kaiowá demarcada e homologada desde 2005. Entretanto, a suspensão dos efeitos da homologação, seguido por uma ordem de despejo, retirou os indígenas de suas terras. Cerca de 10 anos após a decisão, os indígenas decidiram retomar suas terras ocupadas por fazendeiros locais há uma semana.

Morte

Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, foi morto durante confronto com fazendeiros, no sábado (29). De acordo com o delegado Bruno Maciel, da PF (Polícia Federal) o exame necroscópico que vai apontar a causa exata da morte deve ficar pronto ainda nesta semna. Testemunhas também devem começar ser ouvidas ainda nesta segunda para confirmar algumas informações.

Ocupação

As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agosto. Um grupo de indígenas entrou na Fazenda Primavera e rendeu os moradores. Desde então, o clima de insegurança se instalou na cidade, com indígenas acusando produtores rurais de espalharem boatos, para causar pânico e ruralistas afirmando que os índios não tem o direito de ocupar as propriedades rurais.

Os indígenas ergueram acampamentos em cinco propriedades: Primavera, Pedro, Fronteira, Barra e Soberania. Restam apenas duas fazendas para serem retomadas.

Na segunda-feira (31), o governo estadual assinou um pedido de Garantia de Lei e Ordem, à presidente da República, Dilma Rousseff (PT), para que mais equipes do Exército sejam enviadas ao local. A intenção, segundo o Executivo Estadual, é restabelecer o diálogo na região.

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