Após as operações tapa-buracos, eles somem, mas o asfalto não resiste à enxurrada e o trabalho é posto à prova; nas ruas, risco de acidentes

Enquanto a Prefeitura de Campo Grande está voltada para as obras nas avenidas Ricardo Brandão e Ceará, onde uma cratera tomou proporções que colocam em risco as 80 famílias do Residencial Cachoeirinha, e para isso deve aplicar no mínimo R$ 20 milhões, os motoristas da Capital sofrem com buracos menores, mas que também causam grandes prejuízos.

Afinal, quem nunca trafegou por uma via de Campo Grande e, de repente, sentiu um pequeno solavanco, e, quando percebeu, havia passado em cima de um buraco? Pelo menos é isso que dizem os condutores à reportagem.

Um exemplo do transtorno provocado pelos buracos é a Rua Engenheiro Lutero Lopes, onde os motoristas têm que realizar malabarismos para evitar prejuízos e até mesmo acidentes. Os taxistas que trabalham na frente do Hospital Regional são os principais prejudicados pelo problema.

Eles contam que diversos motoristas têm prejuízos por causa das imperfeições na via. Ontem, o motorista Reginaldo Coelho estava trafegando no local, quando, ao tentar desviar de uma pedra, acabou passando por um buraco. Com o imprevisto, o pneu do carro estourou e a roda amassou. Assim como outros motoristas que passaram pelo mesmo problema, Coelho quer saber quem pagará o seu prejuízo.

Muitas vezes os transtornos ultrapassam o campo dos danos materiais e acabam provocando acidentes, inclusive com vítimas. Segundo o taxista Sebastião Rocha, de 49 anos, que trabalha no local há 10 anos, na quarta-feira um casal estava trafegando com uma moto na via, quando passou por cima de um buraco. Com o incidente, a mulher caiu da garupa da moto e se feriu.

Sobre a recuperação das vias o taxista Ênio Cândido, que trabalha há 13 anos no local, afirma que esse é um problema anterior à chuva do dia 27 de fevereiro, que causou uma cratera na Avenida Ricardo Brandão e provocou diversos outros estragos na Capital. De acordo com o taxista, recapeamentos sempre são feitos, porém os buracos reaparecem com qualquer chuva.

Ernesto Geisel

Hoje, mais um buraco causou transtorno em uma das avenidas mais movimentadas da Capital, a Ernesto Geisel, que teve cerca de 300 metros interditados, do cruzamento da rua Ceres até a Santa Adélia.

Devido ao trecho interditado, os motoristas que vão em direção ao centro têm de realizar a conversão na rua Ceres, depois ir pela rua Japão até a Salgado Filho e só depois disso podem retornar pelo centro pela Avenida Ernesto Geisel. O Midiamax busca informações com a Prefeitura de Campo Grande sobre o problema

No ano passado a Prefeitura anunciou o recapeamento das ruas da área central de Campo Grande. Já está prevista obra nas avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, mas depende da liberação de recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), dentro do Programa de Desenvolvimento Integrado do Município, que tem valor total de US$ 38,76 milhões, sendo US$ 19,38 milhões financiados pela instituição e outros US$ 19,38 milhões como contrapartida da prefeitura.

Só para a revitalização da área central estão previstos R$ 934.610,00 no Plano Local da ZEIC-Centro (Zona Especial de Interesse Cultural do Centro). Sem os recursos do BID a Prefeitura não tem plano para recapear as ruas da área central, cujo asfalto já está bastante deteriorado.