As investigações da Polícia Federal que culminaram na Operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira (3), concluíram que além do cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro, documentos da filha dele, de 12 anos, do tenente-coronel Mauro Cid, da esposa e da filha dela também foram fraudados. A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis de preventiva. A casa de Bolsonaro é alvo da ação.

De acordo com a PF, até o momento há confirmação que os cartões de Bolsonaro e da filha, Laura Bolsonaro foram adulterados. O objetivo da adulteração foi incluir vacinações que não foram tomadas por eles para que a entrada nos Estados Unidos fosse liberada, visto que durante a pandemia o país exigia imunização para estrangeiros.

Além deles, também houve fraude em dados dos cartões de vacina de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente, da esposa e filha deles. Mauro Cid foi preso.

Jair Bolsonaro viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, às vésperas de deixar o governo, e voltou ao Brasil em 30 de março deste ano.

Operação Venire

Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva. A casa de Bolsonaro no Distrito Federal é um dos alvos das buscas. Segundo a News, celulares de Bolsonaro e da esposa, Michelle Bolsonaro, foram apreendidos.

Até o momento, há confirmação de três prisões, do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do então presidente, Mauro Cid, e de dois seguranças de Bolsonaro.

De acordo com a Polícia Federal, não há mandado de prisão contra o ex-presidente. A corporação apura a atuação de uma associação criminosa que tinha como prática inserir dados falsos de vacina contra a nos sistemas do Ministério da Saúde.

A corporação afirma que as adulterações tiveram como objetivo “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”. Uma das suspeitas é que Bolsonaro tenha tido os dados adulterados para conseguir viajar para os Estados Unidos, país que na época exigia a imunização para entrada de estrangeiros.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, diz a PF em nota.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação perante o Supremo Tribunal Federal. E, segundo a PF, quatro crimes são investigados: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.