Início da vacinação contra Covid-19 ainda não pode ser prevista, diz infectologista

Julio Croda afirmou que é preciso garantir primeiramente segurança e eficácia

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O anúncio da suspensão dos testes com a vacina em estudos pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca contra a Covid-19 pode afetar o início da imunização em massa.

O infectologista Julio Croda, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), disse em entrevista à CNN Brasil que isso impede prever uma data, já que a vacinação precisa garantir segurança e eficácia, que devem vir após testes com milhares de pessoas.

“Vejo muitas pessoas anunciando o início da vacinação em massa sendo que não temos nenhum resultado de estudo de fase 3 das vacinas contra a Covid-19. Fico temeroso em fazer qualquer previsão sem estes resultados”, afirmou.

A fala vai contra a previsão do Ministério da Saúde, que pretende iniciar a campanha em janeiro de 2021.

Croda acredita os pesquisadores tentarão entender a causa da reação em um dos voluntários, para descobrir se é um efeito comum ou sem relação com o imunizante.

“Temos informação de efeito adverso grave, provavelmente associado a um quadro neurológico. É preciso entender se esse evento tem relação causal com a vacina e entender com que frequência isso acontece. Se for grave, o estudo pode ser interrompido”, pontuou.

O infectologista ainda elogiou a AstraZeneca por divulgar a suspensão. “A interrupção mostra a seriedade da AstraZeneca para trazer transparência ao processo. Essa transparência é o que faz com que a população acredite na vacina”, finalizou.

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