O economista Carlos Lessa, professor emérito do Instituto de Economia da UFRJ e presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de 2003 a 2004, morreu na manhã desta sexta-feira (5), aos 83 anos, por (covid-19) no . A morte foi comunicada por um de seus filhos, o músico Rodrigo Ribeiro Lessa, em postagem numa rede social.

Em tempos de isolamento social por causa da de covid-19, uma cerimônia virtual será feita em homenagem ao economista.

Nascido no Rio em 1936, Lessa era um dos expoentes, no meio acadêmico, da linha teórica “desenvolvimentista” nos estudos sobre economia. Formado economista em 1959 pela então Universidade do Brasil – que daria origem à UFRJ -, no início dos anos 1960, foi professor de cursos intensivos sobre desenvolvimento econômico da Cepal (Comissão de Estudos Econômicos para a ), das Nações Unidas, conforme a biografia publicada no site do Cpdoc (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil) da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Lessa fez o doutorado no Instituto de Economia da Unicamp, defendido no fim da década de 1970. Na mesma época, começou a carreira como professor titular da UFRJ.

Paralelamente à carreira acadêmica, Lessa trabalhou em diferentes governos. Filiado histórico do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que daria origem ao PMDB e assumiria o poder federal na redemocratização dos anos 1980, o economista foi diretor do Finsocial (Fundo de Investimento Social) do BNDES entre 1985 e 1988, no governo José Sarney (1985-1990). Nesse período, foi também conselheiro do Conselho Superior de Previdência Social, de 1986 a 1989.

Após a experiência no governo Sarney, Lessa voltou à carreira acadêmica no fim dos anos 1980, com uma passagem pela Unicamp. De volta ao Rio, nos anos 1990 voltou à UFRJ e colaborou com o governo de César Maia em seu primeiro mandato como prefeito do Rio. No início de 2002, Lessa foi eleito reitor da UFRJ, cargo que ocupou até aceitar a presidência do BNDES, já no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Primeiro presidente do BNDES nos governos do PT, Lessa ficou no cargo até o fim de 2004, tendo colecionado polêmicas e embates com a parte da equipe econômica tida como “liberal”, como o Banco Central (BC)

No Rio, o economista também era conhecido por sua admiração pela cultura e pela história da cidade. Lessa era dono de alguns imóveis históricos da capital fluminense, os quais se preocupava em revitalizar.

“A tristeza é enorme. Seu último ano de vida foi de muito sofrimento e provação. O legado que ele deixou não foi pequeno. Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual, espírito público, um professor como poucos e uma alma generosa que sempre ajudou a todos que podia quando estava a seu alcance, um grande amigo. Que descanse em paz. Aos que tem afeição por ele comunicaremos uma cerimônia virtual em função da pandemia”, escreveu o filho Rodrigo, na postagem em sua página no Facebook.