Se eleito, PT vai rever acordo entre empresas de aviação, afirma Márcio Pochmann
O recente acordo entre Embraer e Boeing e eventuais vendas de ativos da Eletrobras e da Petrobras serão revistos num governo do PT a partir de 2019 por questões estratégicas. O partido também prevê um fundo com parte das reservas internacionais será montado para financiamento de projetos de infraestrutura. As informações foram dadas à agência de […]
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O recente acordo entre Embraer e Boeing e eventuais vendas de ativos da Eletrobras e da Petrobras serão revistos num governo do PT a partir de 2019 por questões estratégicas. O partido também prevê um fundo com parte das reservas internacionais será montado para financiamento de projetos de infraestrutura.
As informações foram dadas à agência de notícias Reuters por um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, o economista Márcio Pochmann, que definiu o acordo entre as duas gigantes da aviação como “inviável”.
“O acordo com a Boeing significa o desaparecimento da Embraer, não tem garantia alguma que ela vai ficar no Brasil, pelo contrário, e toda a tecnologia militar tende a desaparecer”, afirmou o economista em entrevista, no final da tarde de segunda-feira (23).
De acordo com Pochmann, a complexidade do sistema elétrico nacional e a importância das estatais para investimentos públicos exigem que não sejam tratadas “como uma empresa como qualquer outra”. O governo do presidente Michel Temer pretende vender seis distribuidoras da Eletrobras neste ano, sendo que o leilão da Cepisa está marcado para está quinta-feira.
“Essas empresas, na verdade, o tema sob o qual elas estão inseridas, não nos permite avaliar apenas e tão somente pela ótica empresarial.”
No início do mês, Embraer e Boeing anunciaram um acordo prévio sob o qual a norte-americana vai assumir o controle da divisão de aviação comercial da empresa brasileira por meio da criação de uma joint-venture de US$ 4,75 bilhões e que enfrentará a parceria da Airbus com a Bombardier.
O eventual primeiro ano de mandato de Lula seria marcado ainda pela criação de um fundo de investimentos, composto por cerca de 10% das reservas internacionais, contribuição de bancos públicos e debêntures, para financiamento de projetos de infraestrutura e retomada do crescimento.
Com o nível atual das reservas, na casa de US$ 380 bilhões, o fundo teria inicialmente cerca de US$ 38 bilhões, ou US$ 140 bilhões.
Preso em Curitiba há mais de 100 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula permanece líder nas intenções de voto da população, segundo todos os institutos de pesquisa. O Tribunal Superior Eleitoral ainda não decidiu se ele está inelegível pela Lei da Ficha Limpa, que impede candidaturas de condenados em segunda instância.
Se a Justiça eleitoral não aceitar o registro de Lula, Pochmann disse que o candidato a substituí-lo será do próprio partido e um “preposto” do ex-presidente, de modo a permitir a transferência de votos do petista.
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