‘Lula reconheceu que fui vítima de uma tentativa de golpe’, diz Temer

Presidente disse ser favorável a que todos possam concorrer

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Presidente disse ser favorável a que todos possam concorrer

Opresidente Michel Temer (MDB) afirmou ao jornal chileno La Tercera, em entrevista publicada neste sábado (10), que foi vítima de uma “montagem” para que fosse retirado do cargo, e que até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu isso.

“O que havia eram denúncias inconsistentes. Foi verificada uma grande montagem contra a Presidência da República e a maioria dos deputados viu isso. A administração do ex-Procurador-Geral da República [Rodrigo Janot], que arquivou as queixas, foi encerrada com a anulação sumária das acusações usadas para tentar comprometer, em troca da imunidade total aos criminosos que estão agora presos, o mandato presidencial. Hoje, sabemos que a falsa ‘evidência’ foi produzida contra a Constituição, com a participação ilegal de promotores, que estão atualmente sob investigação. Mesmo o ex-presidente Lula recentemente reconheceu que houve uma tentativa de golpe orquestrado contra mim, que tivemos a coragem de enfrentar e vencer”, afirmou Temer.

Sobre Lula, o presidente brasileiro afirmou ser favorável a que todos possam concorrer, porém as leis vigentes precisam ser respeitadas e, por respeitar as instituições, ele afirmou que caberá ao Judiciário dar um parecer sobre o petista.

“Defendo que todos podem ser candidatos, eu gostaria que todos pudessem exercer o direito político a ser julgado nas pesquisas pelo povo. No entanto, temos leis e às vezes isso impõe restrições e gera controvérsias. Quem entende e aplica as leis é o Poder Judiciário. Acredito que os advogados do ex-presidente Lula levarão os recursos para os tribunais superiores; então devemos esperar que os juízes se pronunciem, incluindo o Tribunal Superior Eleitoral. Como chefe do Poder Executivo, respiro a independência dos poderes e prefiro aguardar os fatos e não especular. O Brasil é maduro para enfrentar os desafios da democracia”, ponderou.

O emedebista exaltou o que chamou de avanços do seu governo, ao dizer colocou “o Brasil no curso do século 21”, e que isso só foi possível por “retomar o diálogo que foi interrompido com o Congresso”, em referência direta às dificuldades da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com o Parlamento, e tendo aprovado “reformas fundamentais”.

“[Começamos] pelo ajuste nas contas promovidas pela alteração que estabeleceu o limite máximo das despesas públicas. Então, fizemos a reforma do ensino secundário, paralisada por décadas, aprovamos a nova lei do trabalho, modernizando a legislação de quase 80 anos. Nós fizemos isso mantendo intactos a nossa rede de proteção social de milhões de dólares. Então, em um resumo do meu governo, gostaria de destacar estas palavras: diálogo, responsabilidade fiscal e social”, avaliou.

'Lula reconheceu que fui vítima de uma tentativa de golpe', diz Temer

Sobre a intervenção, o presidente disse que ela é apoiada por 80% da população fluminense e que é um erro interpretá-la como uma medida eleitoreira.

“Estão cometendo o erro de politizar e ideologizar até o risco de vida que sobre a população do Rio, sobretudo os mais pobres, que vivem em áreas afetadas, sob o domínio de traficantes e milícias. É uma atitude, eu diria, irresponsável. Estão confundindo intervenção civil sobre segurança com militarismo e autoritarismo, em um apelo a tristes lembranças do passado. É uma comparação inoportuna”, explicou à publicação.

Temer embarca para o Chile neste domingo, onde acompanhará a posse do novo presidente do país, Sebastián Piñera.

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