Turistas são levados à delegacia após beijo gay em Olinda

“Os PMs não gostaram do beijo e deram um tapa na cara de um e outro tapa no peito do outro”, disse uma testemunha 

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“Os PMs não gostaram do beijo e deram um tapa na cara de um e outro tapa no peito do outro”, disse uma testemunha 

Um turista baiano acusou uma dupla de policiais de agir com truculência e homofobia durante uma abordagem, na noite desta quarta-feira (11), em frente ao Mercado da Ribeira, em Olinda. De acordo com um dos envolvidos, o estudante baiano Magno da Costa Paim, 21 anos, ele e o namorado, o paraense Hector Zapata, 22, estavam acompanhado uma apresentação cultural na Cidade Alta quando dois policiais se aproximaram para uma revista. 

Após verificar os documentos, os policiais se afastaram da dupla, voltando logo em seguida e os agredindo – segundo Magno, por causa de uma troca de beijos em público. “Não satisfeitos, eles (os policiais), depois de cinco minutos, voltaram e falaram que aqui não era a Bahia, que era Pernambuco e me deram um tapa na cara. Se eu quisesse continuar beijando um homem, se eu quisesse tirar a roupa, eu tinha que ir para o motel, que aqui era Pernambuco”, declarou, em vídeo, o turista. 

Neste momento, Hector teria se exaltado e pedido a identificação do policial, que o autuou por “desacato à autoridade”. Uma amiga do casal, chamada Raiane, que está hospedando a dupla em Olinda, conta que um dos amigos chorou muito diante da agressão – moral e física – cometida pelos policiais. “Os PMs não gostaram do beijo e deram um tapa na cara de um e outro tapa no peito do outro e disseram ‘vão fazer isso em um motel, seus putos. Eles saíram arrasados, humilhados, chorando”, conta a jovem de 19 anos.

Indignada diante da situação, Raiane conta que ainda procurou um posto policial para relatar o caso. Simultaneamente, uma das vítimas tirou uma foto do agressor. “Neste momento, o PM viu e veio para cima dele. Um terceiro amigo, que saiu em defesa do casal, foi preso e algemado por desacato”, contou a jovem, que estava na delegacia de Casa Caiada, acompanhando os amigos. As vítimas afirmaram que iriam registrar o Boletim de Ocorrência (BO) tanto pelas agressão moral quanto pela física.

De acordo com testemunhas, os detidos foram encaminhados à Delegacia do Turista e, em seguida, transferidos à Delegacia de Casa Caiada. Por falta de escrivão, o grupo terminou sendo levado para a Central de Flagrantes, no Recife. Até o fechamento desta matéria, a Polícia Civil estava colhendo depoimentos.

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