Recessão no Brasil não afetará Olimpíada, diz Nuzman
Na semana passada, dados oficiais confirmaram que o PIB do Brasil encolheu 1,9% no segundo trimestre deste ano
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Na semana passada, dados oficiais confirmaram que o PIB do Brasil encolheu 1,9% no segundo trimestre deste ano
A recessão no Brasil e a perspectiva de uma retração prolongada na economia nacional não irão afetar a reta final dos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016, afirmou nesta terça-feira o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman.
“Olhando para os Jogos, tudo está encaminhado. Não temos atrasos, todas as companhias estão trabalhando e estamos seguindo isso todo dia. Toda essa situação não irá afetar entregarmos os Jogos e as obras em tempo”, disse Nuzman durante entrevista coletiva em Londres.
Na semana passada, dados oficiais confirmaram que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil encolheu 1,9% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o primeiro. Os investimentos também estão em queda ininterrupta há dois anos, o que torna mais distante o horizonte de recuperação.
No início do mês, antes da divulgação dos resultados do PIB, Nuzman já havia dito que “o Brasil está parado, mas o Rio está andando”. Agora, diante do diagnóstico de retração, retomou a avaliação: “Está andando. Até hoje eu garanto”.
Baía na berlinda
A grande preocupação de Nuzman durante a entrevista à imprensa internacional foi minimizar a polêmica sobre a situação da Baía de Guanabara, que abrigará competições aquáticas na Olimpíada e não ficará totalmente limpa para a competição.
Casos recentes de atletas que contraíram infecções após eventos na baía alimentaram suspeitas sobre os potenciais impactos negativos dos poluentes sobre os competidores.
“Não tenho dúvida que teremos as competições de vela na Baía de Guanabara sem problemas”, afirmou Nuzman. Para ele, não há comprovação de que a água da baía tenha sido a causa do mal-estar dos atletas.
Sobre o episódio do alemão Eric Heil, hospitalizado com uma infecção multirresistente nas pernas após velejar na baía no mês passado durante um evento-teste para os Jogos, Nuzman sugeriu que tenha sido algo isolado – o atleta responsabilizou a água.
“Ele é alérgico à penicilina, então teve que tomar outro tipo de antibiótico, que demorou um pouco mais para agir. Ele estará pronto para retomar os treinos em breve”, afirmou o dirigente.
Nuzman disse que a nova tubulação que irá desviar o despejo da água que chega à Marina da Glória – um dos locais de competições na baía – estará pronta até o fim do ano, deixando o local “completamente limpo”.
Ele evitou, contudo, ao ser questionado, assegurar que não haverá nenhum incidente. “(Atletas) algumas vezes comem coisas às quais não estão acostumados.”
Transparência
Órgãos públicos e de imprensa vêm cobrando maior transparência das autoridades envolvidas na organização dos Jogos.
No mês passado, por exemplo, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou mais transparência do Comitê Organizador e recomendou a publicação dos contratos da entidade na internet.
Questionado pela BBC Brasil a respeito, Nuzman disse que há cláusulas de confidencialidade com parceiros privados que impedem a publicação de todos os contratos.
“Tem alguns contratos que têm confidencialidade de patrocinadores, e as companhias têm que ser respeitadas. (…) Vamos terminar os Jogos e fazer a prestação de contas total da parte que diz respeito ao Comitê Organizador. (Sobre) os demais, cada um fala por si”, disse.
Desempenho em xeque
O dirigente procurou minimizar os resultados abaixo das expectativas que o Brasil obteve em competições mundiais de esportes importantes para o país, como judô, atletismo e natação. Para ele, isso não é consequência de possíveis falhas no planejamento esportivo nacional.
“A maioria dos resultados que estamos tendo no quadriênio são muito bons. Se neste ano não tivemos os resultados que esperávamos no atletismo, no judô e mesmo na natação, temos enorme confiança no trabalho que eles estão fazendo. E ter resultado positivo no ano que vem é o que importa.”
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