Procuradoria da Mulher do Senado debate humanização do atendimento à gestante

O problema agora é humanizar a assistência

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O problema agora é humanizar a assistência

A violência na atenção obstétrica foi o tema de audiência pública no Senado que discutiu as formas de humanizar o atendimento às gestantes. Para cada mulher que morre durante o parto no Brasil, entre 15 e 20 são vítimas de situações que podem levar ao óbito. 

Muitas mulheres sofrem abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde no mundo inteiro. Essa realidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde e coloca em risco a vida da mãe e da criança. No Brasil, um dos problemas apontados pelos participantes da audiência organizada pela Procuradoria da Mulher no Senado, é a banalização das cesarianas, nas quais o país é campeão mundial. Isso dificulta a redução mais rápida da mortalidade materno-infantil.

Esther Vilela, Coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, explicou que a morte materna tem caído no Brasil. Mas citou os fatores que ainda causam esses óbitos e que não estão ligados necessariamente a alguma doença específica. 

— Porque ela peregrinou, porque ela foi negligenciada, porque houve demora no seu atendimento, porque houve más práticas de atenção ao parto e nascimento — afirmou. 

Segundo Daphne Hattner, da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, o acesso ao exame pré-natal pelo Sistema Único de Saúde está praticamente resolvido no país. O problema agora é humanizar a assistência. 

— A humanização da atenção à gestação e ao parto é a única saída para a gente reduzir a violência. Ela é o contraponto. É a resposta possível — disse. 

Segundo os participantes da audiência pública, um dos principais desafios para enfrentar o problema no Brasil é ajudar estados e municípios a executarem as metas fixadas pelo Ministério da Saúde.

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